Emparlimp não se pronuncia sobre denúncia de seus funcionários contra Appa


Por Redação JB Litoral Publicado 01/10/2015 às 07h00 Atualizado 14/02/2024 às 10h06

Na última semana, o JB, através de uma denúncia anônima, enviada com imagens e farto conteúdo de informação, relatou em sua edição uma possível situação crítica que podem estar vivendo trabalhadores terceirizados da Emparlimp, empresa responsável por serviços de limpeza na Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (APPA). Os funcionários atuam nas dependências externas e internas do prédio da Appa e supostamente estariam sendo alvos de constante assédio moral praticado por comissionados, além de terem sofrido reduções salariais e obrigados a fazer refeição num local precário. Nessa semana, a reportagem tentou o contato com a Emparlimp, no entanto, assim como a APPA já fez na última reportagem, a empresa não concedeu nenhum pronunciamento sobre os danos sofridos pelos seus trabalhadores. Segundo as denúncias, após a saída de 200 portuários da Appa por conta do Plano de Demissão Voluntária (PDV), a administração entendeu que o serviço de limpeza ficou limitado, o que resultou no investimento de R$ 1,5 milhão, através dos contratos 01/2014 e 72/2014 com a Emparlimp, respectivamente correspondente ao 4° Termo Aditivo (TA) e ao 1° TA no ano passado. Através disso, a APPA demitiu vários funcionários da Emparlimp, tudo isso em uma reunião ameaçadora e grosseira com os trabalhadores que restaram da terceirizada, impondo inúmeras normas de conduta rigorosas.

Supostos desrespeitos trabalhistas

A denúncia repassada ao JB abordou sobre o horário de almoço de duas horas, onde os funcionários deveriam almoçar nas dependências da empresa pública, pois não recebem vale-alimentação. Apesar disso, o local de alimentação oferecido era uma garagem, sem nenhum equipamento de cozinha e nem mesmo cadeiras ou mesas, algo que se somou à proibição pela APPA de circulação de funcionários da Emparlimp em suas dependências durante o período de refeição.

Outra suposta irregularidade seria a extensão do horário semanal de trabalho dos funcionários, que teriam que cumprir expediente no sábado, sem revezamento como era feito em 2014, assim como sem nenhum aumento salarial. Marcações de ponto indicariam a comprovação do horário, porém o JB não irá divulgar o conteúdo para garantir a integridade das fontes. Nem mesmo cópia do contrato empregatício foi cedida pela APPA aos funcionários da Emparlimp, que não podem ter acesso aos seus direitos quanto à jornada de trabalho. Mais um item repassado na denúncia à reportagem seria a marcação biométrica feita de forma irregular pela APPA do horário entrada e saída de trabalhadores da empresa terceirizada. O equipamento estaria com falhas, em locais distantes do ambiente de trabalho dos funcionários e sem emitir tickets de horários. Segundo o denunciante, o fato trouxe, em julho, desconto indevido de horas e períodos de trabalho, causando diminuição salarial.

Assédio moral de comissionados

As informações repassadas ao JB afirmam ainda que um ex-diretor da Appa teria ofendido verbalmente algumas trabalhadoras, que estavam sentadas em um caramanchão almoçando junto à sede administrativa. Denunciado pelas trabalhadoras para chefia de gabinete na época, este também teria sido supostamente grosseiro com as funcionárias. As agressões verbais fizeram ainda com que duas funcionárias reclamassem junto à diretora jurídica da Appa, que teria se mostrado receptiva com o problema. Porém, após a reclamação, as trabalhadoras teriam sido transferidas e demitidas como possível represália.

Almoço no banheiro e chamados de “vadios”

Após o JB divulgar a denúncia em torno das condições de trabalho dos funcionários da empresa, na última semana, um dos trabalhadores da Emparlimp que atuam no Pátio de Triagem da APPA, afirmaram que os desrespeitos trabalhistas e até mesmo pessoais estariam também sendo feitos no local. Segundo a denúncia, haveria obrigação feita pela APPA para que os trabalhadores cumprissem o horário de almoço em um banheiro público, local totalmente inadequado e anti-higiênico, desrespeitando a dignidade humana dos funcionários. Além disso, o trabalhador afirma que só o fato de eles interromperem o serviço para tomar água faz com que funcionários da APPA tirem fotos afirmando que eles não estariam trabalhando ali, mas sim “vadiando”.

Emparlimp não responde

Assim como fez com a APPA na reportagem publicada no dia 22, o JB entrou em contato com a Emparlimp na última semana para checar a veracidade das denúncias em torno da suposta situação vivida pelos funcionários, porém a empresa não enviou nenhuma resposta até o fechamento desta edição.