Empresário pretende reativar a COOPESPAR em Pontal do Paraná


Por Redação JB Litoral Publicado 07/04/2017 às 17h12 Atualizado 14/02/2024 às 18h00

Com pedido protocolado na Secretaria de Estado da Agricultura solicitando seu funcionamento, o empresário Sebastião Geraldo Carneiro França, conhecido por Bastica, pretende colocar em funcionamento a desativada Cooperativa dos Pescadores Artesanais do Litoral Paranaense (COOPESPAR), localizada em Pontal do Sul na cidade de Pontal de Paraná.

Experiência de organização para a venda em comum de pescado que envolveu pescadores de todo o litoral do Paraná nas décadas de 1980 e 1990, a COOPESPAR, fechada há 27 anos está em total estado de abandono e o que sobrou da cooperativa acabou sendo pilhado ou danificado.

Ativa, a COOPESPAR sempre teve como objetivo, além da venda em comum do pescado, investir na melhoria dos rendimentos econômicos obtidos por pescadores do litoral, razão pela qual foi implantada com recursos do Governo Federal e do Banco Mundial, por meio do Programa de Apoio à População Carente do Litoral do Paraná (PROLITORAL).
 

Foto/JB

Inaugurada em 1981, a cooperativa se enquadrava em um contexto de desenvolvimento regional em que os referenciais básicos eram o “aumento da renda pessoal” e a “difusão espacial do bem estar social” e funcionou até meados da década de1990.

Na unidade construída em Pontal do Sul, os pescadores dispunham de instalações e de um conjunto considerável de equipamentos, incluindo fábricas de gelo, câmaras frias, antecâmaras de resfriamento, espaço e maquinário para o beneficiamento (máquinas de descasca de camarão).
 

Foto/JB

Entretanto, as dificuldades para a organização e a cooperação entre os associados sempre foram fortes obstáculos para a consolidação da cooperativa. Havia muita dificuldade em encontrar representantes de cada comunidade e a frequência dos pescadores nas reuniões era muito baixa, devido às fortes rivalidades entre pessoas, comunidades e grupos de pescadores. Este quadro impediu que os pescadores se apropriassem efetivamente da gestão da organização, além do fato de que a maioria dos pescadores não sabia ou tinha dificuldades para ler ou escrever. Isto contribuiu para instauração de um clima de desconfiança em relação ao trabalho dos técnicos, que eram frequentemente acusados de corrupção e enriquecimento ilícito a partir do trabalho na organização. No entanto, o nome “COOPESPAR” continuou sendo utilizado, porque a lei exigia que o nome de fantasia fosse usado por pelo menos 10 anos.
 

Precariedade da estrutura atual
 

A reportagem do JB acompanhou a vistoria do empresário nas ruínas do prédio e constatou que grande parte da estrutura em concreto ainda se mantém em pé, em meio ao denso matagal que toma conta de parte do terreno. Todavia, o vandalismo e pilhagem do imóvel transformou a COOPESPAR num grande “mocó”, com paredes destruídas e pichadas, infiltração de água, inclusive entre a laje e o teto. Lixo pode ser visto em todos os cômodos do prédio e a destruição do sistema elétrico e hidráulico é visível. Até mesmo as redes de arrimo para conter a erosão, uma vez que a extinta sede fica às margens do oceano, estão comprometidas. De acordo com Bastica recuperar o prédio não será tarefa das mais fáceis, mas entende que sua finalidade em ajudar os pescadores justifica todo e qualquer esforço, além do engajamento de setores do Poder Público. “Mais importante que resgatar uma ferramenta dos pescadores da região, o resgate da COOPESPAR pode fazer a diferença na vida de centenas de famílias da região”, argumenta o empresário, que promete empenho nesta bandeira.