Fila tripla de carretas da COAMO continua atrapalhando trânsito na Costeira


Por Redação JB Litoral Publicado 25/03/2016 às 08h00 Atualizado 14/02/2024 às 12h51

Desde que perdeu parte de sua característica tipicamente residencial, com o avanço da atividade portuária, o bairro da Costeira passou a abrigar algumas particularidades, o que institucionalizou o confronto diário entre moradores e a Cooperativa Agropecuária Mourãoense (COAMO) em Paranaguá. 

Diversas casas já deram espaço à contínua expansão da cooperativa, o que provocou protestos, ações judiciais e um grande êxodo de moradores do bairro. Porém, algumas residências ainda se mantêm resistentes e, em muitos momentos, são obrigadas a conviver com o trânsito pesado de caminhões e carretas que descarregam na COAMO.

Atendendo ao pedido dos moradores, através das redes sociais, a reportagem do JB foi até o local para verificar a situação e se deparou com a formação de fila tripla no trecho final da Rua Marechal Floriano. No local, caminhões que esperavam para descarregar na cooperativa tomavam conta de todo o espaço, impedindo, até mesmo, moradores de ir e vir de suas casas.

De acordo com o vice-presidente da Associação de Moradores da Costeira (AMBAC), Maickon Chemure, há indefinição quanto à titulação da região: “Embora as atividades da Coamo estejam cada vez mais intensas naquela rua, o espaço não é totalmente portuário. Há muitas residências ainda, apesar de a empresa já ter indenizado uma boa parcela de pessoas. Mas, para colocar uma fila tripla de caminhões, precisa indenizar todo mundo de uma vez e aí sim virar região portuária”, declara Chemure. 

Segundo o líder comunitário, a situação persiste há um ano e a concentração dos veículos é mais volumosa próximo à Capela de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, ponto que dá acesso a Coamo. Para ele, regras estão sendo descumpridas, já que muitos motoristas estacionam os caminhões em locais impróprios, na contramão e até mesmo na frente da garagem de algumas casas, impedindo os moradores de chegar e sair.

COAMO está ciente do problema

Chemure destacou que a empresa já foi avisada, mas não houve nenhuma providência e nem mudança de hábitos: “Nós já avisamos a Coamo, mas não houve qualquer tipo de alteração de conduta. Até quero deixar bem claro que a culpa, muitas vezes, não é do caminhoneiro, mas sim da própria empresa. Se não há um estacionamento para que eles deixem os veículos é óbvio que eles vão parar no meio da rua mesmo. Não tem outra alternativa. Talvez eles podem até ter sua parcela de culpa, mas a grande responsável, sem dúvida, é a Coamo”, argumenta.[tabelas]O líder comunitário ressalta que a cooperativa conseguiu comprar junto à prefeitura o trecho final da rua e também desapropriou uma grande área diante do terminal para fazer um estacionamento que, até o momento, não saiu do papel. A área se encontra murada e não está sendo usada, como obriga as legislações municipais. O líder comunitário ressalta que as leis municipais, 1912/1995 e 304/1998, que criaram a zona permitida para instalação de empresas geradoras de tráfego pesado, estabeleceram critérios para sua operação na cidade. Entre elas, a necessidade de terem área interna de manobra e pátio de estacionamento de caminhões, conforme o artigo 5° da lei 1912/95.As leis municipais, 1912/1995 e 304/1998, determina a necessidade de área interna de manobra e pátio de estacionamento de caminhões, conforme o artigo 5° da lei 1912/95. Algo que não está sendo cumprido e nem fiscalizado pelo Poder Público.

Algo que não está sendo cumprido e nem fiscalizado pelo Poder Público. Através da Associação de Moradores, já foram enviados dois pedidos, endereçados à Secretaria Municipal de Segurança e a Secretaria Municipal de Obras Públicas, cobrando esta obrigação e pedindo para que esta situação fosse analisada com mais rigor.

No documento, pede-se que os caminhões estacionados em local irregular sejam multados, além disso, manilhas e barreiras de contenção são solicitadas a fim de conter os veículos de grande porte, para que não avançam à área residencial. O próximo passo da AMBAC é levar o problema diretamente ao prefeito Edison de Oliveira Kersten (PMDB), para que a administração municipal busque a solução deste grave problema, fazendo a COAMO cumprir o que determina as legislações municipais.

Nesta semana o JB irá procurar a COAMO para saber sobre o estacionamento e providências a respeito do congestionamento de caminhões e carretas na via pública. Procurará ainda a prefeitura saber o que tem sido feito a respeito do problema.