Horta comunitária no Porto Seguro é sonho antigo que está prestes a se tornar realidade


Por Luiza Rampelotti Publicado 22/05/2023 às 14h00 Atualizado 18/02/2024 às 11h54

Paranaguá ganhará a primeira horta comunitária da cidade, que ficará localizada no bairro Porto Seguro, ao lado do Colégio Estadual Porto Seguro, na Rua Reinir Mariano de Miranda. A notícia, tão sonhada pela comunidade da região, foi anunciada pelo prefeito Marcelo Roque (Podemos) na sexta-feira (19).

A ideia de transformar o terreno ao lado do colégio em uma horta surgiu há um ano, conforme conta a presidente da Associação de Moradores, Maria Cristina Cordeiro. “É um terreno de propriedade do Governo do Estado, mas estava sem serventia e tendo acúmulo de lixo, então pensamos em fazer a horta. Em menos de três meses de negociações, deu certo”, disse ao JB Litoral.

Para tirar a ideia do papel, ela buscou várias parcerias, mas a que deu certo foi com a Secretaria Municipal da Mulher, de Vandecy Dutra, que fez a conexão com as demais pastas da Prefeitura e com o Governo do Estado para organizar tudo. “Quando a Cris me contou, eu conversei com o pessoal do Meio Ambiente, que cortou o mato do terreno, tirou o lixo; também falei com o secretário Bisson, do Desenvolvimento Rural, que me contou que já tinha um projeto para a criação de hortas comunitárias, mas ainda não tinha o terreno. O Governo do Estado também cedeu o espaço para implantarmos o projeto. Então, agora, todos unidos, com o apoio do prefeito, vamos dar início à horta”, conta Vandecy.

A presidente da Associação de Moradores, Maria Cristina; o secretário de Desenvolvimento Rural, Oséias Bisson; o prefeito Marcelo Roque; a secretária da Mulher, Vandecy Dutra; a diretora do Colégio Porto Seguro, Leila; e o diretor do IFPR, Mateus. Foto: Prefeitura de Paranaguá

O terreno já está sendo preparado para que, em breve, os trabalhos sejam iniciados. “Estamos com maquinário fazendo o preparo do local, depois será feito o arado e o canteirador, para deixar preparado para o plantio”, explica o secretário de Desenvolvimento Rural, Oséias Bisson.   

Como vai funcionar?

A horta comunitária do Porto Seguro será um projeto piloto. Ela será dividida em lotes para a Associação de Moradores, para a Escola Municipal Joaquim Tramujas, para o Colégio Estadual Porto Seguro e para o Instituto Federal do Paraná (IFPR), todas instituições localizadas no bairro e que cuidarão dos canteiros.

Maria Cristina explica que a horta garantirá segurança alimentar para as famílias do bairro e que a Associação de Moradores tem o papel de coordenar o projeto, garantindo com que os moradores recebam alimentos saudáveis plantados por eles mesmos. “Esse projeto representa uma alimentação melhor para as famílias de baixa renda, lazer para aqueles que gostam de plantar e outros benefícios para nossa comunidade”, diz.

Ela também revela que a implantação de uma horta na região era um desejo antigo da comunidade. “Recebemos a notícia com muita alegria por saber que nosso sonho será realizado. Já estamos ansiosos para a primeira colheita”, finaliza.

Sentimento de pertencimento

O JB Litoral também conversou com os diretores do Colégio Porto Seguro e do IFPR. Para a diretora do colégio, Leila Santos, o projeto servirá para trazer mais pertencimento aos moradores do bairro.

A horta comunitária poderá ajudar a comunidade no sentimento de pertencimento da sua área onde vive. Além disso, adotaremos um espaço para eventuais aulas de campo com os alunos. Com certeza, esta é uma ação que impactará positivamente toda região”, diz.

Leila também revela que, há anos, o Colégio Porto Seguro vinha pensando em alternativas para o terreno baldio. “Chegamos a encaminhar para o Estado um pedido de estudo de viabilidade para a construção de mais um bloco de salas de aula ou de quiosques no local. Mas o tempo passou e outras coisas vieram. Embora o terreno não seja do colégio, como somos vizinhos, nos sentíamos no dever de manter o espaço cuidado para que eventuais problemas fossem evitados”, comenta.

União das três esferas

O diretor do IFPR, Mateus das Neves Gomes, reforça que a ação será um instrumento de integração, tanto da população quanto das instituições envolvidas. Ele explica que o papel do Instituto Federal será de auxiliar, inclusive com apoio técnico, para a manutenção da horta.

Esse projeto será mais uma das formas da gente se integrar nas questões e demandas da comunidade, de modo que possamos incentivar, cada vez mais, nas questões de segurança alimentar. Os moradores do bairro terão a oportunidade de plantar e colher o seu próprio alimento, e isso é muito importante”, diz. Ele finaliza falando sobre a união entre as instituições de ensino, todas de esferas diferentes – municipal, estadual e federal. “Essas instituições todas unidas, junto com a Associação de Moradores, Prefeitura e outros apoiadores, de modo que as questões locais do bairro possam se sobressair e serem acolhidas de fato. Isso é fundamental”, conclui.