Mutirão é feito para construir espaço religioso da etnia Guarani Mybá, em Paranaguá

Os indígenas da etnia Guarani-Mybá que moram na aldeia Takoá Takuaty, na Ilha da Cotinga, em Paranaguá, realizaram a primeira etapa da construção da casa de reza chamada de Opy’i. Voluntários contribuíram junto do Projeto Origem, a arquiteta Janine Balem e o Projeto Baná no carregamento dos materiais.

Nessa parte da ação, 15 pessoas dividiram os trabalhos durante o último fim de semana (12 e 13 de fevereiro). Cada grupo ajudou a levar as telhas ecológicas e as bases da estrutura. Por seguir os protocolos de segurança contra a Covid-19, os organizadores decidiram levar uma equipe pequena.     

Segundo o sistema cultural Nhandereko, propagado pela etnia, o espaço religioso é fundamental no entendimento da cultura mbiá.  A cacique da aldeia, Juliana Kerexu, explica a importância do local. “É base estrutural de como a gente lida com os assuntos espirituais e da saúde, é onde tiramos os nossos aprendizados. Toda a sabedoria ancestral que carregamos vem da Opy’i. Digo que é o começo, o meio e fim”, diz a liderança.

A casa de reza também é uma forma de trazer prosperidade à etnia, além de servir ao ritual de batismo das crianças. “Existe dois períodos específicos do ano, uma é ligada com as cerimônias de batismo e de cura, que acontece entre janeiro até março. O outro ocorre de julho a agosto que é para consagração das sementes do milho guarani”, comenta.  

Outros mutirões estão programados com o intuito de terminar a construção, o local deve estar pronto em março deste ano, é o que diz um dos coordenadores do Projeto Origem, Juan Ignacio Shenone. “O sonho da Juliana sempre era ter um espaço maior para receber todo mundo e comunidade aumentou nos últimos anos. Ainda falta, no mínimo, um mutirão para colocar o bambu e última parte seria colocar com barro. O ideal é terminar a casa para o meio de março”, finaliza.