Iniciada implantação de armadilhas para dar início à reprodução de mosquitos Aedes Aegypti estéreis


Por Redação JB Litoral Publicado 20/09/2016 às 19h25 Atualizado 14/02/2024 às 16h20

Na segunda-feira (20), representantes da empresa multionacional de biotecnologia Forrest Innovations Ltd. e do Instituto de Tecnologia do Paraná (TECPAR), junto à funcionários da Prefeitura de Paranaguá e do Governo do Estado, iniciaram a implantação inicial de cerca de 100 armadilhas em inúmeros bairros de Paranaguá para a coleta de ovos do mosquito Aedes Aegypti. Os ovos coletados posteriormente irão gerar espécimes estéreis, que serão soltos no município, cruzando com as fêmeas selvagens e reduzindo  em cerca de 90% a proliferação do mosquito, transmissor da dengue, Zika vírus e chikungunya.

A reprodução em massa dos mosquitos estéreis será feita em um laboratório em Paranaguá, que será inaugurado já em outubro na região do Aeroparque. O município concederá o terreno para a empresa, processo que está em etapa final e deverá ser concluído nesta semana. Além disso, nesta terça-feira (20), após apresentação técnica realizada pela empresa e pela TECPAR, o Conselho Municipal de Meio Ambiente aprovou o projeto-modelo em Paranaguá, agilizando ainda mais o trâmite para o laboratório ser construído e entrar em funcionamento.

O laboratório será totalmente sustentável, sem nenhum tipo de poluição, com autorização do Ibama e Anvisa, construido por meio de contêineres, com posterior entrega do lote totalmente limpo e igual a condição original. Os espécimes utlizados no projeto-modelo não serão geneticamente modificados e não transmitem nenhum tipo de doença, visto que são machos. Estes mosquitos são soltos por meio de um avião em todo o município, cruzando com as fêmeas, que são as que transmitem as doenças, podendo assim em menos de um ano reduzir em 90% a proliferação do Aedes Aegypti em Paranaguá.

A técnica não terá nenhum custo à Prefeitura de Paranaguá, consistindo na utilização de verbas do Governo Federal e do Governo do Estado, por meio da TECPAR, com o objetivo do desenvolvimento do projeto-piloto, utilizando a técnica que deverá posteriormente ser aplicada em todo o Brasil para o controle da dengue, Zika vírus e chikungunya.
 

TÉCNICA INOVADORA E COLETA DE OVOS JÁ EM ANDAMENTO
 

Representantes da Forrest Innovations Ltd. iniciaram nesta semana a coleta de ovos do Aedes Aegypti que não estejam contaminados com a dengue, Zika vírus e chikungunya. Segundo eles, após isso os ovos serão levados para para o laboratório, onde recebem uma alimentação com produtos que garantem em 100% a esterilidade dos mosquitos.

Na sequência, os Aedes Aegypti machos estéreis são soltos em todo o município, através de um avião que virá dos EUA somente para o projeto-piloto. Os mosquitos são liberados com uma espécie de pára-quedas, algo que garante a integridade do inseto, que tem a função de reduzir a incidência da dengue e de outras doenças, técnica que, segundo os representantes da empresa, é inovadora na biotecnologia mundial.

Os técnicos da empresa ressaltam que o mosquito macho não pica o ser humano, sendo que somente a fêmea pode transmitir doenças como a dengue, Zika vírus e chikungunya, e inclusive a febre amarela. O projeto-piloto é uma ação complementar conjunta do Governo Federal, Governo do Estado, TECPAR, da empresa e da Prefeitura, que é próxima à sociedade parnanguara e terá papel fundamental na aplicação do projeto, que é inédito no Brasil. De acordo com os representantes, é necessário que todas as ações paralelas contra a dengue continuem, como a vacinação contra a dengue, bem como a eliminação de criadouros, limpeza das residências e áreas públicas, que incidem na diminuição da proliferação do Aedes Aegypti.

 

160 MILHÕES DE MOSQUITOS ESTÉREIS QUE DEVERÃO REDUZIR CONSIDERAVELMENTE TRANSMISSÃO DE DOENÇAS EM MENOS DE UM ANO

O uso dos mosquitos estéreis machos é autorizado pela Anvisa, Ibama e pelo Ministério da Saúde. O laboratório para proliferação dos Aedes Aegypti estéreis será no Aeroparque, área escolhida por ser próxima ao aeroporto local, onde ficará localizado o avião destinado a soltar os mosquitos na área urbana. O espaço, que deverá ser inaugurado em outubro, funcionará durante um ano, ou seja, até novembro de 2017. Nos primeiros quatro meses do projeto serão utilizados 160 milhões de mosquitos estéreis, com divulgação de estatística da efetividade da técnica para a sociedade, bem como outras informações, como forma de prestação de contas à população.

Segundo a Forrest, a técnica leva em conta a realidade climática de Paranaguá, utilizando mosquitos produzidos através de ovos sem nenhuma doença do próprio município. Os representantes reiteraram que os mosquitos não picam e, a eficiência da técnica ocorre no cruzamento com as fêmeas, que são as que transmitem as doenças, reduzindo a proliferação pelo fato dos Aedes Aegyptis por serem estéreis, diminuindo consequentemente o número do Aedes Aegypti transmissores de doenças na cidade de forma contundente.

Segundo a empresa, será realizado um trabalho intenso de conscientização da população da sociedade, com palestras em escolas e universidades, processo que será transparente e aberto a esclarecimentos de todos os munícipes. Além dos técnicos, que vem de países estrangeiros, de Curitiba e outros locais do Brasil, a empresa fará a contratação de dezenas de profissionais de Paranaguá da área de biologia e de saúde.

 

Maiores informações sobre o projeto-piloto podem ser obtidas no site http://www.forrestinnovations.com/pt/ .

Jornalista: Leonardo Quintana Bernardi