JB denúncia e prefeitura cancela licitações milionárias de sacos de lixo e papel sulfite


Por Redação JB Litoral Publicado 21/02/2015 às 14h00 Atualizado 14/02/2024 às 06h12

Na mesma semana que o JB denunciou as compras milionárias de sacos de lixo e papel sulfite em duas licitações que atenderiam as secretarias municipais com material de expediente, higiene e de limpeza a diferença do preço no varejo com o teto máximo estipulado pela extinta secretaria de Licitação e Compras, a prefeitura de Paranaguá revogou as duas licitações, deixando-as sem efeito. Diante da enorme quantidade de materiais nas duas licitações, principalmente as de sacos de lixo de cinco diferentes capacidades e a exorbitante quantidade de folhas de papel sulfite.

A reportagem do JB enviou para a prefeitura três questionamentos, visando esclarecer as dúvidas, inclusive na questão da diferença de preço do texto máximo da licitação com o praticado no varejo na cidade, do papel sulfite e dos rolos de papel higiênico. Entre os questionamentos o JB enviou para a Assessoria de Comunicação às seguintes dúvidas; Levando em conta que a licitação foi cancelada, qual o motivo do cancelamento? O levantamento dos preços e quantidades estavam corretos?; Porque a diferença do enorme teto máximo definido pela prefeitura com o preço de mercado?

Sem responder aos questionamentos, a prefeitura limitou-se informar que a licitação denominada Pregão Presencial 002/2015 – aquisição de material de limpeza e higiene (sacos de lixo) foi revogada pelo prefeito, ficando sem efeito seu processo. Os mesmos questionamentos foram feitos em relação a licitação do material de expediente e a resposta foi praticamente a mesma. A licitação foi revogada pelo prefeito, ficando sem efeito seu processo e será feita uma análise de todo o quantitativo e valores relativos aos produtos citados”, consta na nota oficial que não explicou absolutamente nada.

As licitações milionárias e sem explicação

Vale lembrar que a licitação na modalidade Pregão Presencial (02/2015), do tipo menor preço por item, previsto para ser realizada no dia 3 deste mês, anunciou a compra de material de limpeza e higiene no valor estimado de R$ 15.640.244,20. Entre os itens elencados nesta compra, cerca de 50% do valor é destinada à compra de exatos 17.544.100 sacos de lixos de cinco diferentes capacidades de acondicionamento, totalizando um investimento de R$ 7.399.878,06 em sacos de lixo.

Ainda neste pregão o JB constatou que a prefeitura pretendia gastar R$ 2.778.213,06 na compra de 2.579.136 rolos de papel higiênico para o período de um ano, o que significa um consumo diário de 9.919 rolos ao dia. O JB observou que o teto máximo definido pela prefeitura para compra do papel higiênico é de R$ 1,07 por rolo, porém, um levantamento feito pela reportagem junto aos principais supermercados da cidade, a preço de varejo e não de atacadista, o preço varia de 30.8% a 29,4% mais barato.

Sacos de lixo cobrem placas de trânsito

Na semana passada, após a reportagem do JB, a redação recebeu a denúncia que a prefeitura estava usando sacos de lixo para cobrir placas de sinalização de trânsito próximo do Colégio Diocesano Leão XIII. Ao checar a informação, o JB constatou que mais de 40 placas de sinalização estavam cobertas por sacos de lixo em nove diferentes ruas da região. Além das placas existentes na Rua Maneco Viana, o alvo da denúncia, também foram encontradas placas cobertas nas Ruas Manoel Pereira, Ildefonso Munhoz da Rocha, Arthur de Souza Costa, Manoel Correia, Baronesa do Cerro Azul, Conselheiro Correia e na Avenida Roque Vernalha. Sem saber o motivo porque os sacos de lixo estão sendo usado diferente da finalidade para qual foram confeccionados, nesta semana o JB irá procurar a prefeitura para saber o motivo.

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