Jozias gastou mais recursos que Ricardo e Marquinhos na Câmara de 2009 à 2014


Por Redação JB Litoral Publicado 10/12/2014 às 12h35 Atualizado 14/02/2024 às 04h27

A Câmara Municipal, todos os anos, recebe 6% do orçamento do município para administrar as despesas do Poder Legislativo, quer salariais, estruturais e administrativas. Neste ano, o orçamento geral de R$ 331.346.081, definido pela Lei Municipal nº 3363/ 2013, repassou para o presidente Marcus Antonio Elias Roque (PMDB), um total de R$ 13.314.800. Faltando um mês para encerrar o exercício financeiro e, levando-se em conta o que já foi gasto, o presidente Marquinhos Roque deverá devolver parte deste valor recebido, aos cofres do município. 

Na semana passada, o JB fez um levantamento dos principais gastos com a estrutura do Poder Legislativo nos anos de 2009 até o momento, nas gestões dos presidentes Antonio Ricardo dos Santos (PROS), Jozias de Oliveiras Ramos (PDT) e do atual, Marquinhos Roque (PMDB) e constatou que Jozias Ramos, com uma legislatura formada por 11 vereadores, foi quem mais gastou recursos públicos em relação aos dois outros gestores. Vale ressaltar que Antonio Ricardo também administrou uma Câmara de 11 legisladores, enquanto que a atual possui 17 vereadores.
Neste levantamento foram apurados os gastos com cargos comissionados, diárias, combustível, manutenção de veículos, telefonia móvel e fixa, consumo de água e energia elétrica e pessoal efetivo.

Na comparação entre os anos de 2009 à 2010 de Ricardo, com os anos de 2011 à 2012 de Jozias, apenas no gasto com telefonia, Ricardo superou Jozias; ele gastou um total de R$ 392.467,72, enquanto Jozias gastou R$ 363.984,77. Por sua vez, Marquinhos, em sua gestão de 17 vereadores, até o momento gastou R$ 287.082,26. Entretanto, em quase todas as demais categorias levantadas, Jozias superou Ricardo, com maior volume de recursos gastos nas diárias e manutenção de veículos. Nas diárias, Ricardo gastou na sua gestão um total de R$ 54.050,00, enquanto Jozias gastou R$ 117.050,00. Já Marquinhos Roque gastou até o momento R$ 17.522,67.

Manutenção de veículos superou até Marquinhos

Na comparação entre as três gestões, de Ricardo e Jozias com 11 vereadores e Marquinhos com 17 vereadores, a diferença maior de gastos ocorreu na categoria de manutenção de veículos. Em sua gestão Ricardo gastou um total de R$ 50.229,85 e Marquinhos, R$ 16.039,31, enquanto Jozias gastou um total de R$ 113.448,54, ou seja, R$ 47.179,38 a mais que a soma dos gastos de Ricardo e Marquinhos juntos, em quase quatro anos de gestões.

Outro fator que chama a atenção nos gastos do presidente Jozias, é referente aos cargos comissionados; enquanto Ricardo gastou um total de R$ 3.755.181,52 e Marquinhos R$ 1.755.092,44, Jozias gastou R$ 4.154.958,76. Somente no ano eleitoral de 2012, onde o vereador foi reeleito para mais um mandato, os gastos com cargo comissionado saltaram de R$ 1.917.070,58 para R$ 2.237.888,03.

Até mesmo em despesas fixas, como pessoal efetivo, Jozias superou Ricardo e, proporcionalmente Marquinhos Roque que, hoje, administra uma Câmara com 17 vereadores e um plano de cargos e salários (PCS) recentemente aprovado e implantado no quadro de servidores. Na sua gestão, Ricardo gastou R$ 2.976.012,83, enquanto Jozias gastou R$ 3.755.907,20. Neste ano, Marquinhos Roque já gastou R$ 4.487.887,85.

Vale lembrar que, no que diz respeito à manutenção de veículos, o vereador Jozias Ramos responde na justiça uma ação civil pública por improbidade administrativa, por conta de um contrato de manutenção firmado com a Automecânica e o Comércio de Peças Dois Pilares, cuja ação, com audiência de instrução e julgamento marcada para o dia 31 de julho deste ano, foi adiada para o dia 29 de janeiro de 2015, às 13hs30, segundo o juiz Rafael Kramer Braga. O vereador teve negado pela juíza Leane Cristine do Nascimento Oliveira, da Vara da Fazenda Pública de Paranaguá, um pedido de prova pericial.

Em seu despacho, a juíza negou o pedido para a realização de uma nova perícia nos veículos auditados pelo Ministério Público do Paraná (MPPR), considerando que seria inútil, uma vez que não se pode mais averiguar se as peças foram efetivamente substituídas à época do suposto ato de improbidade administrativa.