Mãe denuncia negligência médica que resultou na morte do filho em Antonina


Por Redação JB Litoral Publicado 04/04/2015 às 06h08 Atualizado 14/02/2024 às 06h53

  A não permissão de fazer um exame de Raio X e um tomografia computadorizada no adolescente Bruno Pires, 15 anos, pode ter provocado sua morte no dia 14 deste mês no Hospital Regional do Litoral em Paranaguá. É o que denuncia sua mãe, Marcia Alves Ferreira, 35 anos, moradora no bairro do Batel na cidade de Antonina.
  A mãe conta que no dia 11 seu filho foi agredido na rua e acabou recebendo uma pedrada na cabeça. Levado para o hospital de Antonina ele sofreu convulsão e foi conduzido pelo Serviço de Atendimento Médico de Urgência (SAMU) para o Hospital Regional, acompanhado da mãe.
  Justamente neste dia os profissionais de saúde estavam num movimento de greve e Bruno ficou no corredor do hospital esperando atendimento médico, segundo Marcia Ferreira.
 
  No mesmo dia, um homem que havia caído do telhado esperava para ser atendido e receber os mesmos procedimentos médicos de Bruno, ou seja, exames de Raio X e tomografia computadorizada. Porém, no momento que o menino iria passar pelos exames, os funcionários não permitiram que fosse feito sob a alegação que estavam há meses sem receber seus salários. Tanto o menino como o homem não puderam fazer os exames.
 
  Neste dia Bruno dormiu no corredor do hospital e o único atendimento médico que recebeu, segundo a mãe, foi a troca do soro. Bruno havia sofrido afundamento craniano em decorrência da agressão e pedrada na cabeça.

No dia seguinte, o médico José Cerqueira receitou nimesulida e dipirona e deu alta ao menino.

  Em casa, o estudante da escola municipal Maria Arminda acabou indo com o pai para um retiro no dia 13, porém, no dia seguinte, entrou em coma e foi levado novamente às pressas para o Hospital Regional do Litoral, mas não resistiu e duas horas depois acabou falecendo. De acordo com a mãe, ele saiu de Antonina às 15hs30 e entrou em óbito às 17hs20 do sábado (14). Na autopsia feita pelo Instituto Médico Legal (IML) foi encontrada uma pedra brita no crânio de Bruno, algo que seria detectado se o hospital tivesse realizado os exames de Raio X e tomografia computadorizada, que foi impedida pelos funcionários do hospital. Indignada com a descoberta que uma possível negligência médica tenha colocado um fim na vida do seu filho, Marcia Ferreira levou o caso para justiça, para evitar que outras mães passem pelo drama de perder se filho desta maneira.“A dor de uma mãe perder um filho não tem preço e por isso vamos fazer com que os culpados paguem por esta negligência que tirou a vida de meu filho”, garantiu a mãe.

 Nesta semana o JB irá procurar o Hospital Regional do Litoral para ouvir sua versão dos fatos.