Mesmo sem ser eleito, Nelson Justus assume para 9º mandato na ALEP; entenda


Por Luiza Rampelotti Publicado 17/01/2023 às 20h09 Atualizado 18/02/2024 às 02h44

Depois de mais de 30 anos sendo eleito ininterruptamente para o cargo de deputado estadual, Nelson Justus (União Brasil) não conquistou a cadeira nas eleições de 2022. No entanto, mesmo não ganhando a eleição, no dia 3 de janeiro ele foi anunciado como deputado no Paraná.

Entenda: Justus fez 38.779 votos em 2022; 430 a mais do que na eleição de 2018, mas não conseguiu se eleger para a Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP) devido ao quociente eleitoral, ficando com a primeira suplência do partido. Quem se elegeu pelo União Brasil foi Mauro Moraes, com 44.126 votos.

Nelson Justus era eleito ininterruptamente para o cargo desde 1990, quando foi escolhido com 11.805 votos para cumprir o primeiro mandato. Sempre contando com o apoio de Guaratuba, já que é domiciliado na cidade, tem como filho Roberto Justus (União Brasil), prefeito do município, e é conhecido como “padrinho de Guaratuba”. Em 2022, apesar de ter sido o mais bem votado na cidade, com 8.258 votos, não foi o suficiente para garantir a cadeira do partido na ALEP.

Contudo, o eleito, Mauro Moraes, foi convidado pelo governador Ratinho Junior (PSD) a assumir a pasta da Secretaria Estadual do Trabalho, deixando livre a cadeira para Justus, que irá realizar seu 9º mandato na ALEP. Ao JB Litoral, o deputado falou sobre a expectativa para o início do ano legislativo, que começa com a cerimônia da posse parlamentar, em 1º de fevereiro.

Representante de Guaratuba

Para mim, esse não é um mandato diferente dos outros, vou cumprir da mesma maneira que cumpri os anteriores. É uma honraria muito grande e não há nenhuma diferença, pois, inclusive, nessas eleições fiz mais votos do que nas de 2018 e, no entanto, fiquei como 1º suplente. Mas vou assumir com muito orgulho e com a mesma disposição de sempre”, disse.

Ele ainda destacou a grande responsabilidade de representar e defender o Litoral e, de maneira especial, sua cidade, Guaratuba. “Tenho convicção de que com o governador Ratinho as coisas, neste ano, vão acontecer de maneira extraordinária, como nunca se imaginou. Em primeiro lugar, a Ponte de Guaratuba. Imagine que daqui 30 dias, em fevereiro, já vamos estar tendo reflexos da ponte, uma vez que o pessoal da empresa vencedora já esteve na Agência do Trabalhador reservando 400 empregos diretos. Isso para a nossa economia é fantástico, imagino o quanto o ISS da nossa cidade será incrível”, começou.

Em seguida, Justus comemorou a notícia da engorda da praia da cidade, em Caieiras. “A engorda é muito importante, porque o mar avançou de tal maneira que há locais onde não temos mais praias. Precisamos dessa engorda para que possa se ter praia; coisas que a gente não via há muitos anos. Antes, priorizamos a ponte, que é algo que muda não só a nossa cidade, mas a cara de todo o Litoral”, disse.

Ele também afirmou que o Governo do Estado fará a duplicação de parte da PR-412, no trecho entre Guaratuba e Garuva, na divisa com Santa Catarina. Além de outros projetos para a cidade.

Olhar pelo Litoral


Porém, o deputado destacou que não deixará de lado os outros municípios do Litoral. “Guaraqueçaba é a única cidade do Paraná que não tem acesso por asfalto, isso é muito ruim. Temos que conversar sobre isso com os ambientalistas, com bom senso e equilíbrio, para que as coisas aconteçam. Praia de Leste, em Pontal, precisa de ajuda também. Então vou me dedicar, com toda franqueza, nesses anos que serei como deputado basicamente do Litoral”, comentou.

Sobre Paranaguá, Justus ressaltou que o município é “muito bonito para estar mal cuidado” e que precisa de uma atenção especial. “Tem que cuidar, começar por toda limpeza, pintura, infraestrutura no Centro Histórico. Paranaguá merece todas as nossas homenagens”, disse.

O deputado ainda relembrou seu período como secretário estadual de Indústria e Comércio, na década de 90. Segundo ele, na época, se o Estado não tivesse Paranaguá, não teria conseguido mudar o perfil econômico do Paraná para a industrialização.

Paranaguá recebe muito pouco [por sua contribuição ao Estado]. Acho que o porto tem que agir da mesma forma que age Itaipu com os municípios lindeiros, com seus vizinhos. O porto não precisa ter lucro, pode nos ajudar perfeitamente, ele tem esse papel. A legislação foi feita exatamente para que a gente possa corrigir algumas imperfeições, então, não vejo por que não alterar algum empecilho legal para que o porto possa ajudar”, afirmou.