Moradores de Antonina passam festas de Natal e Ano Novo novamente sem água


Por Redação JB Litoral Publicado 13/01/2015 às 12h00 Atualizado 14/02/2024 às 05h12

Repetindo o drama das festas de Natal e Ano Novo de 2013, mais uma vez os moradores da cidade de Antonina tiveram problemas com o abastecimento de água no final do ano passado, a ponto do descontentamento resultar em diversas manifestações nas redes sociais e na vinda da reportagem da RPC TV no domingo (4), para ouvir à população sobre o problema da falta de água.

Moradores dos bairros altos da cidade, como Tucunduva, Portinho e Graciosa de Cima foram os mais afetados e, muitos deles, se viram obrigados a retirar água da rua para se manter. De acordo com o presidente da Associação de Moradores da Graciosa de Cima, Graciosa de Baixo e Portinho, Olgair Fernandes, o bairro está sem água desde antes do Natal,e a situação é mais crítica nos bairros da Graciosa de Cima e Portinho.“Estamos sem uma gota de água, nossa Antonina está sem água. Estou com a minha família sem água há mais de 10 dias. Ela não chega às casas de cima e isso já vem acontecendo há muitos anos, não apenas nesta gestão. No entanto, a situação piorou e estamos pegando água na rua”, disse o líder comunitário que está organizando um protesto a respeito da falta de água e pretende levar o problema ao Ministério Público do Paraná.

O presidente que mora na parte elevada do bairro da Graciosa de Cima, afirma que a água não tem força para subir na torneira; os moradores estão pegando água de um cano da rua, próximo de sua casa. “Não temos saída; é água por uns cinco minutos e não tem mais nada e, quando tem, é bem fraquinha”, explica Olgair. 

Por sua vez, o morador Alexandre Elis Silva Cruz, convocou a população, através do grupo “Fala Antonina” para uma mobilização durante a reportagem feita no domingo (4), pela RPCTV, convocada por ele para vir à cidade. A moradora Josemeri Pinto Mayer postou que teve de abandonar sua casa no bairro da Penha por falta de água. “Fiquei uma semana sem água e, na semana passada, a rádio Banda B entrou em contato comigo e também fiz uma matéria sobre o problema”, disse a moradora no facebook.

O que diz a Samae

A reportagem do JB falou sobre esta situação com o diretor operacional do Serviço Municipal de Água e Esgoto (Samae), Deoclecio Millezi, que afirmou se tratar de um problema recorrente já há vários anos em no município, em razão que nas festas de final de ano, a cidade recebe um número considerável de visitantes e com as elevadas temperaturas apresentadas no verão o consumo de água tem um aumento relativamente alto, fazendo com que a pressão nas redes de distribuição baixe muito, dificultando o abastecimento nas regiões mais elevadas.

O Diretor admitiu que houve dificuldade no abastecimento em determinadas áreas dos bairros do Portinho, Tucunduva e Caixa de Água, devido essas áreas estarem localizadas em morros com considerável altitude. “Identificamos também que alguns prédios do centro da cidade, apesar da pressão estar dentro do exigido por lei, ou seja, entre 10 e 40 mca, tiveram dificuldade no abastecimento por não disporem de um sistema de bombeamento até seus reservatórios ou por ligações com diâmetro inadequado para as atividades desenvolvidas nesses locais. Caso a parte ocorreu no último dia 2, onde devido ao alto consumo a pressão na rede de distribuição caiu abaixo do mínimo exigido afetando a maioria das casas com mais de um pavimento na região central por um determinado período de tempo”, esclareceu.

O JB questionou os investimentos anunciado pelo diretor na audiência realizada de janeiro de 2014, os R$ 80 mil em telemetria e a compra de um conjunto moto bomba no valor de R$ 80 mil para atender a adutora, que vai jogar água na ETA.De acordo com o diretor, o investimento em telemetria teve que ser remanejado para gastos no reforço estrutural da adutora, que responde por cerca de 80% da água distribuída em no município.

Segundo Deoclecio, a tubulação está com mais de 40 anos e apresentava rompimentos quase que semanais, deixando toda a cidade sem abastecimento de água por até 24 horas. Estes rompimentos já não ocorrem há mais de cinco meses. Quanto ao novo conjunto motobomba, este aumentou em cerca de 3 l/s o volume aduzido, o que corresponde a um aumento de mais de 250.000 litros de água distribuídos diariamente. Para o diretor a solução definitiva a interrupção do fornecimento durante a noite ocorrerá após a duplicação da principal adutora, cujo projeto da obra foi aprovado pela FUNASA/PR e será realizado com recursos do PAC 2. Enquanto a Samae não obtém as licenças, outra medida para melhorar o abastecimento tem sido a instalação de hidrômetros em residências, cuja ligação não possui hidrômetros ou troca onde estes se encontram avariados. Já foram instalados 400 hidrômetros em dezembro de 2014, onde foi possível identificar diversos vazamentos internos em várias residências. Será realizada a compra de mais 600 hidrômetros ainda neste mês para inibir os abusos e as perdas por vazamento. Também esta em fase de abertura de licitação o serviço de geofonamento para identificação de vazamentos nas redes de distribuição de água, o que ocorrerá ainda este mês.