Moradores de rua invadem residência à venda, em plena luz do dia, em Paranaguá


Por Redação JB Litoral Publicado 19/09/2016 às 14h51 Atualizado 14/02/2024 às 16h17

Foto/JB

Com a população de moradores em situação de rua crescendo assustadoramente na cidade nos últimos anos, o índice de invasões de propriedades, públicas e privadas, também acompanha este crescimento e é um tipo de crime que pode ser visto com certa frequência, inclusive em plena luz do dia em Paranaguá.

No feriado de 07 de Setembro, o JB registrou o flagrante da invasão de uma residência localizada na Alameda Coronel Elísio Pereira, diante do muro que fica ao lado da COPEL e que está à venda pela Imobiliária Amauri Domingues.

Por volta das 16h moradores de rua, jovens, alguns deles que se encontravam deitados na calçada diante do muro da empresa CAB Águas de Paranaguá, depois de quebrar o tapume que fechava o acesso à residência, entraram em seu interior e lá permaneceram por um tempo indeterminado. Um deles, continuamente vinha até o tapume quebrado e ficava observando para ver se aparecia alguém ou algum órgão de segurança.

A reportagem inicialmente alertou a Polícia Militar, pelo 190, que informou que a viatura estava em uma ocorrência e que depois iria até o local checar a situação. Logo após, o JB alertou o corretor responsável pela venda do imóvel, que informou não ser a primeira vez que a invasão ocorre e que até o proprietário tem conhecimento deste tipo de acontecimento.

No dia seguinte, a reportagem observou que a madeira de compensado que havia sido quebrada para invadir o imóvel foi trocada e, mais uma vez, o acesso foi fechado.

Outra situação que chama a atenção na invasão e dilapidação do patrimônio vem ocorrendo no Centro Médico de Especialidades (CME) que está interditado pela prefeitura desde março de 2015. O prédio, que foi alvo de reportagem da Gazeta do Povo em janeiro deste ano, diante da situação de abandono, continua sofrendo a ação de desocupados, vândalos e furtos. A reportagem do JB esteve no local e constatou que 81 janelas, com estrutura de alumínio, material de fácil comercialização em lojas de ferro-velho, foram retiradas do prédio, inclusive as que ficam no piso superior.

 

Sujeira, vidros quebrados e fezes
 

Sem dificuldade de acesso ao seu interior, uma vez que o portão diante da calçada foi furtado e o que existe no interior dá acesso aos fundos do Restaurante Popular, não fica fechado e não possui cadeado ou corrente, entrar no prédio é tarefa fácil. Até mesmo um armário de ferro foi retirado de uma das salas e deixado ao lado da parede para servir de escada pelo buraco que restou das janelas, que possivelmente foram furtadas. Telhas também são usadas como apoio para entrar no prédio.

Os poucos móveis que não foram retirados estão sem condições de uso, o chão coberto de fezes e as paredes sujas e com fungos por toda a parte.

Vale dizer que a calçada, abaixo da marquise do Ginásio de Esportes Dr. Joaquim Tramujas, diante do CME, virou dormitório diário de diversos moradores de rua.

Procurada pela Gazeta do Povo, em janeiro, a Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Paranaguá disse que o processo licitatório para revitalização do Centro de Saúde estava em andamento na Secretaria Municipal de Obras Públicas (Semop). Passados mais de oito meses a situação continua inalterada.

Nesta semana, o JB irá procurar a prefeitura para saber do andamento do processo licitatório.