Não foi dessa vez: juiz indefere arremate do Estradinha pela Rede Condor
Prestes a completar 110 anos, o estádio Nelson Medrado Dias foi arrematado em leilão realizado na segunda-feira (25), por quase R$ 18 milhões pela Rede Condor. Porém, o juiz que iria oficializar o arremate indeferiu a compra.
De acordo com Bruno El Kadri, advogado do Rio Branco, o juiz indeferiu a compra por conta do pedido de alteração do CNPJ feito pela empresa Zonta, proprietária da Rede Condor, que queria mudar o CNPJ do proponente para o de um fundo de investimento.
“O juiz, ao receber o pedido de arrematação, não homologou porque a Zonta pediu a alteração da pessoa jurídica arrematante para um fundo de investimento imobiliário, mas, a alteração já estava fora do prazo”, diz o advogado.
Por conta disso, e considerando a possibilidade de irregularidade do negócio, que abriria brecha para que o leilão fosse anulado, o juiz optou por não homologar a proposta e colocou o estádio para venda direta.
“Essa foi a forma que ele achou para deixar o negócio legalizado, com os mesmos parâmetros previstos no edital, como o pagamento inicial de 25%, parcelamento de até 30 vezes, entre outras especificações”, acrescenta Bruno.
Dias contados
Agora, a Rede Condor tem 10 dias úteis para enviar uma nova proposta, apresentando os documentos da nova empresa. Por conta da brecha, ela também pode desistir do arremate sem pagar multa.
Os 10 dias são o prazo estipulado pelo juiz para a regularização da proposta, mas após esse período, o estádio poderá ser vendido para qualquer pessoa física ou jurídica que atenda aos requisitos do edital.
Histórico do leilão
O presidente do time, Alex Jacomel, explicou que nos últimos 10 anos, o Leão teve dívidas que chegaram a aproximadamente, R$ 6 milhões neste ano, o que fez com que o estádio fosse leiloado.
“Como cidadãos ficamos chateados, mas deixo registrado que, desde que assumimos, fizemos diversas tentativas de arrecadar recursos e isso não ocorresse”, disse Jacomel.
O presidente também exemplificou os fatores que contribuíram para que a dívida aumentasse. “Nós entendemos que as gestões anteriores acabaram assumindo compromissos além da conta, que não condizem com a realidade do futebol, e que não conseguiam arcar. Fizemos um levantamento de 2014 a 2019, foram diversas ações trabalhistas, mais de 50 processos, fora a área cível e com o próprio município”, detalhou.
*Acompanhe o andamento do processo no site do JB Litoral.
