Paciente se exalta e xinga servidores de unidade de saúde de Pontal do Paraná


Por Flávia Barros Publicado 04/09/2023 às 18h22 Atualizado 18/02/2024 às 22h22
Caso aconteceu na madrugada desta segunda-feira (24), na Unidade 24 Horas, em Paria de Leste. Foto: Arquivo/JB Litoral

O município de Pontal do Paraná vem desenvolvendo ações de incentivo à igualdade de direitos e de combate ao racismo. Conforme noticiou o JB Litoral, em março deste ano, entrou em vigor a lei de cotas para população negra, comunidades quilombolas e povos indígenas, válida tanto para concursos públicos municipais, como para processos seletivos simplificados (PSS). E, há apenas 10 dias, em 24 de agosto, ocorreu a mais recente ação educativa em escola pública, por meio de palestra de ação pedagógica contra o racismo e suas formas estruturais. A palestra foi ministrada para mais de 100 alunos de três turmas do 7º ano do Colégio Cívico Militar Hélio Antônio de Souza, em Praia de Leste. O que ninguém esperava é que perto dali, onde alunos vivenciaram ensinamentos de respeito ao próximo e aprenderam a identificar e mediar conflitos envolvendo o racismo, um morador da cidade fizesse justamente o contrário e agredisse um funcionário da Unidade 24 Horas de Praia de Leste, há 1,5 km da escola.

O caso

O caso foi registrado na madrugada desta segunda-feira (4), quando um paciente teria se exaltado, xingado funcionários da unidade de saúde, e direcionado palavras de cunho racista a um dos servidores, além de agir com agressividade. Procurada, a prefeitura de Pontal do Paraná se manifestou por meio de nota.

A Secretaria Municipal de Saúde de Pontal do Paraná informa que está investigando o ocorrido e que já ouviu a versão dos servidores. A administração pública pontalense reafirma que adota como meta o bem-estar do cidadão e, por isso, preza por condições dignas de trabalho também aos servidores. Mesmo sabendo que algumas vezes esses servidores enfrentam situações que envolvem forte componente emocional, como ocorre no setor de Saúde, nada justifica a prática de agressões verbais, nem físicas, e são condenáveis atos de racismo em qualquer condição, inclusive aqueles sofridos no exercício da função”, disse ao JB Litoral.

Agressão ocorreu no interior da unidade de saúde. Foto: Portal Boletim

A administração municipal também reforçou que está solidária aos servidores.

A Prefeitura se solidariza com seus servidores e reforça nossa postura da Pontal que Cuida da saúde do cidadão e da dignidade dos servidores”, finalizou.

Maior gravidade

Desde janeiro, a Lei 14.532/2023 também tipifica como crime de racismo a injúria racial, com a pena aumentada de um a três anos para de dois a cinco anos de reclusão. Enquanto o racismo é entendido como um crime contra a coletividade, a injúria é direcionada ao indivíduo, ainda assim, ela passa a ser considerada também como um crime de racismo.