Parnanguara na Copa do Catar – Thedeney foi sozinho, viu o Brasil vencer na estreia e diz: “agora o hexa vem”


Por Luiza Rampelotti Publicado 27/11/2022 às 09h18 Atualizado 17/02/2024 às 22h36

O Brasil estreou na quinta-feira (24) na Copa do Mundo do Catar. A seleção venceu por 2 a 0 a Sérvia, em uma partida emocionante. Além dos gols e de todos os lances do jogo, algo que chamou a atenção foi a quantidade de torcedores brasileiros no Lusail Stadium, em Doha.

Nem mesmo a restrição no consumo de bebidas alcoólicas, vestimentas e culinária tipicamente locais, proibições às demonstrações públicas de afeto, entre outras regras do Catar – primeiro país do Oriente Médio a sediar uma Copa do Mundo – fizeram os brasileiros desistirem de acompanhar o evento esportivo mais aguardado do mundo de pertinho. Pela primeira vez na história, o país árabe recebeu mais de 3,2 visitantes vindos do Brasil nos primeiros 10 dias de novembro, de acordo com a Polícia Federal. 

Entre eles, está o advogado parnanguara Thedeney Alencar, que chegou ao Catar no dia 20 e fica até esta terça-feira (29). Ele acompanhou a estreia do Brasil na Copa, na quinta (24), e o jogo contra a Suíça, nesta segunda (28). É a sua primeira Copa do Mundo no estádio.

A expectativa por aqui é de que o hexa venha. Fico somente na primeira fase, até o dia 29, assisto aos dois primeiros jogos do Brasil. No jogo de estreia, quando a seleção ganhou de 2 a 0, foi maravilhoso. A torcida brasileira fez uma festa muito grande e o resultado alimentou muito mais as nossas esperanças. Agora confio muito que o hexa vem”, conta ao JB Litoral.

Ele viu o jogo entre Brasil e Sérvia, no qual a Seleção brasileira saiu vencedora. Foto: Arquivo pessoal


“Experiência única”, diz

Thedeney decidiu ir assistir a Copa do Mundo no Catar ainda em 2018, durante a final da Copa da Rússia, quando França e Croácia jogavam. Ele estava com um grupo de amigos de infância quando, juntos, resolveram que na próxima Copa estariam presentes.

Nós começamos a guardar dinheiro para vir, mas, no decorrer do tempo, especialmente devido à pandemia, meus amigos foram desistindo e acabou que só eu continuei com o projeto e vim para cá”, diz.

Guardando dinheiro durante os quatro últimos anos, o advogado chegou a duvidar se seria uma boa ideia ir sozinho para o país, ainda mais devido às diferenças culturais. No entanto, hoje, ele afirma que foi a melhor decisão.

Ter vindo foi a melhor decisão. A experiência está sendo única, maravilhosa, a realização de um sonho de acompanhar uma Copa do Mundo no estádio, de poder estar aqui, viver esse clima de Copa do Mundo”, comenta.

Para chegar até o Catar, Thedeney precisou se planejar muito bem. Como já citado, foram quatro anos de planejamento, renúncias e economias. Ele garante que durante todo esse período, guardou dinheiro rigorosamente, de forma consistente.

Eu já sabia que não seria uma Copa barata, então esse planejamento exigiu um critério bem grande, mas com o tempo vi que existiam formas de baratear a viagem e está dando certo. Planejei e pesquisei muito, e hoje estou aqui colhendo os frutos disso. É a realização de uma meta”, destaca.

Receptividade do povo catariano

Apesar das explícitas diferenças entre o Brasil e o Catar, o advogado afirma que a receptividade do povo catariano, bem como o clima de Copa no país tem ajudado na adaptação. Ele diz que os brasileiros são muito queridos no local.

O povo do Catar está nos recebendo muito bem; o povo árabe no geral fica feliz com os brasileiros, pedem para tirar fotos. Eles vêm um brasileiro e pedem foto, conversam, querem saber do Brasil, é um país que por conta do futebol atrai muita atenção”, diz.

Sobre as diferenças culturais entre o país árabe e o Brasil, Thedeney afirma que não tem sido um problema. “Viajo bastante e respeito muito essa questão; acredito que a gente tem que aprender a respeitar em qualquer lugar que estejamos. Eles também são bem respeitosos conosco no tratamento”, informa.

Mas, apesar da receptividade, a cultura local é um dos principais pontos de atenção para os visitantes. Andar com ombros e joelhos à mostra, consumir bebidas alcoólicas fora de zonas delimitadas e tirar fotos de prédios do governo, por exemplo, são práticas proibidas no Catar.

Tem coisas que a gente não pode fazer e eles explicam, depois advertem; é bem tranquilo. Tenho ido muito ao mercado municipal deles, bem tradicional, Souq Waqif, lá tem bastante coisa mais regionalizada, eles nos recebem muito bem, explicam. É muito bacana ver a cultura de perto”, conta o parnanguara.

Parnanguara de 34 anos é advogado e foi sozinho ao Catar. Foto: Arquivo pessoal

Próximos jogos

Ele também fala sobre a atitude dos catarianos que mais chamou atenção. “Durante o jogo do Uruguai e Coreia, deu o horário da reza deles, eles se afastaram e fizeram a reza dentro do estádio mesmo. É muito bacana ver a cultura de perto”, conclui.

Nesta segunda-feira (28), às 13h, o Brasil vai para sua segunda partida na primeira fase da Copa do Mundo 2022; a disputa é contra a Suíça. Depois, na sexta (2), às 16h, encerra a participação na fase de grupos, contra a seleção de Camarões.

Thedeney também vai assistir ao jogo do Brasil nesta segunda (28), contra a Suíça. Foto: Arquivo pessoal