Porto de Paranaguá estuda criar usina de biogás, para gerar a própria energia a partir de resíduos


Por Redação Publicado 10/05/2021 às 06h40 Atualizado 16/02/2024 às 01h40

Por Katia Brembatti

Um problema pode se transformar em solução. Os grãos que caem dos caminhões, no trajeto até o porto de Paranaguá (e também dentro da área portuária), causando uma série de transtornos e prejuízos, devem ser usados para a geração de energia. Essa é a proposta da empresa pública Portos do Paraná, que montou um grupo de trabalho para estudar a possibilidade da criação de uma usina de biogás.

Os grãos desperdiçados no caminho até o carregamento no porto têm potencial para gerar energia. Quando entram em fase de decomposição, além de produzir um cheiro característico, eles geram gás – o metano. Quando armazenada em um local controlado e coberto, essa massa orgânica se transforma em um produto gasoso com alto poder energético.

A base para a produção deve vir da varrição das ruas. Atualmente, o material acaba misturado com outros compostos orgânicos e é levado para o aterro. São cerca de 200 a 300 toneladas todos os meses. Fazer este trabalho – recolher e dar destinação – custa caro. Aí, o porto passou a estudar uma solução que não representasse apenas prejuízo. A inspiração veio de modelos de geradores de energia já testados na área da hidrelétrica de Itaipu, na região de Foz do Iguaçu, que já tem usinas de biogás instaladas.

Etapas

Segundo o gerente de Meio Ambiente da Portos do Paraná, Thales Trevisan, a fase preparatória deve levar ainda um semestre. Haverá também um estudo de viabilidade técnica, ambiental e econômica. “Mas tem altas chances de ser possível”, avalia. O passo seguinte deve ser selecionar uma área dentro do porto para fazer a instalação. A expectativa é de que o projeto esteja pronto e funcionando em dois anos. Ainda não se sabe quanto de energia poderá ser gerada e, consequentemente, qual o tamanho da substituição da matriz atual.