Prefeito Marcelo Roque analisa 2021, comemora avanços na saúde e fala sobre perspectivas na segurança pública


Por Redação Publicado 25/12/2021 às 23h11 Atualizado 16/02/2024 às 22h26

Por Flávia Barros e Diogo Monteiro

Foi um ano cheio de desafios, que começou com a incógnita se seria tão perturbador como 2020 ou se os parnanguaras poderiam sonhar com a volta do que se conhece como “normal”, dos tempos antes da pandemia. Aí veio mais um pico de casos da Covid-19, no primeiro trimestre, e Paranaguá executou, com sucesso, as etapas da vacinação, desde os primeiros grupos prioritários. Ainda assim, a guerra contra o vírus não acabou. Mais um réveillon sem festa e o começo do próximo sem carnaval são demonstrações de que aquele normal pode até voltar, mas não para já.

Foi para fazer um balanço do que representou este 2021, quais as principais batalhas e os lampejos de esperança para 2022 que o JB Litoral conversou com o prefeito Marcelo Roque (Podemos).  O chefe do executivo municipal falou sobre saúde, segurança, finanças, investimentos sociais, eleições e até de futebol.

SAÚDE

JB LITORALApós um ano crítico e outro de vitórias, quer de redução de casos e recorde no índice de imunização nesta pandemia de Covid-19, qual a estratégia no combate à doença para 2022?

MARCELO ROQUE – Não posso dizer que 2021 foi ruim, pois 2020 foi pior, com a pandemia antes da vacinação. Mas com a chegada das vacinas este ano, com Paranaguá servindo de referência para muitas cidades no país, primeiro vacinamos os portuários, os profissionais de educação, a cada faixa etária que baixava era uma alegria para a população e agora, mesmo no final do ano, com a terceira dose baixando para quatro meses de intervalo. Esperamos poder vacinar a todos no primeiro semestre de 2022. Vamos mudar um pouco a estratégia e descentralizar a vacinação para alguns postos de saúde, vamos manter na estação, mas também em postos para ir aos bairros. Nossa campanha itinerante também vai continuar.

SEGURANÇA

JB LITORALEncerraremos um ano de muitas mortes na cidade e, após sua cobrança do governo de estado, que o fez estabelecer comunhão de esforços de todas as esferas, o que espera da segurança em 2022?

MARCELO ROQUE – A segurança pública vive um momento difícil, não só em Paranaguá, mas em todo o litoral. A gente precisa muito de uma segurança qualificada aqui, o secretário Cel. Marinho disse que depois da Operação Verão vai ficar um efetivo maior de policiais aqui. Nós estamos vendo cães, cavalaria, uma mobilização que antes não víamos aqui no litoral. A nossa guarda municipal também está super bem equipada, no começo da gestão eram 30 guardas armados e agora, com a última formação, chegamos a 200 guardas formados.  Em 1999, quando foi formada a GM aqui pelo meu pai era uma referência na segurança pública, mas ficamos parados no tempo. Agora retomamos, temos a ROMU, temos a academia para treinar não só a segurança do litoral, mas que pode ser utilizada por qualquer força policial para treinamentos e capacitação, uma vez que nossa academia é a quarta maior do estado.

ORÇAMENTO 2022

JB LITORALMesmo com os recursos de diversas esferas e o municipal, em sua maioria, usados na saúde por conta da pandemia, tivemos um ano de obras com e sem placas, por meio de benefícios à população e servidores. Como foi gerir o orçamento dessa forma em 2021?  

MARCELO ROQUE – Não é fácil, pois vivemos a pandemia desde 2020. Nosso investimento vai bater a meta dos 15% em saúde muito antes do previsto, devemos fechar em 20 ou 21%. Sabíamos que iria ser difícil, que demandaríamos mais verba para a saúde, montamos hospital de campanha, temos a fundação agora organizando um concurso público para termos mais profissionais de saúde no ano que vem, estamos construindo postos de saúde na Vila Guarani e na Baixada Santos Dumont, também estamos  terminando a UPA, que devemos inaugurar no primeiro semestre de 2022, investimento de mais de R$ 8 milhões, UPA com todos os equipamentos que merece a população de Paranaguá, a possibilidade de também termos um Hospital Pequeno Príncipe aqui em Paranaguá. Também tivemos que recorrer ao REFIS [Programa de Recuperação Fiscal] três vezes este ano para ajudar a entrada de dinheiro nos cofres públicos, chegamos ao final do ano honrando com todos os fornecedores e cumprindo com o que prometemos aos servidores públicos.

FILANTRÓPICAS

JB LITORALEntre as obras sem placas, na área social, entidades filantrópicas receberam quase R$ 4 milhões para seguir fazendo seu trabalho social. Esta atenção com crianças, idosos e especiais será mantida a partir do próximo ano?

MARCELO ROQUE – Quando assumimos em 2017, algumas entidades nem recebiam repasse da prefeitura. O repasse para a Apae era de R$ 400 mil por ano, hoje é de R$ 1,2 milhão, as filantrópicas era uma média de R$ 700 mil, hoje são cerca de R$ 2 milhões, os dois asilos São Vicente de Paula e Perseverança não recebiam nada e hoje mais de R$ 1 milhão para cada um, por ano. São investimentos sociais que retornamos para a população que tanto contribuiu, trabalhou pela cidade e precisa de apoio no final da vida. No ano de 2022, a tendência é aumentar ainda mais esses repasses para essas entidades.

ELEIÇÕES

JB LITORALAno que vem será de eleição geral e seu destaque na imunização contra a Covid-19 e ações como gestor junto aos municípios do litoral, pelo Cislipa e Amlipa, chamou a atenção de autoridades e políticos que o querem candidato. Existe essa possibilidade?

MARCELO ROQUE – Você faz sempre uma gestão voltada ao futuro político, se não fizer isso não vai dar continuidade na sua carreira política. O povo sabe o que o gestor público está fazendo para a população. E venho nessa tocada, no quinto ano de mandato e, mesmo com a pandemia, 2021 foi um ano produtivo. A tarifa zero veio com uma confusão, mas será um marco e eu quero fazer com que dê certo. E essa questão levantou a hipótese de candidatura à ALEP ou Câmara Federal, mas para isso eu teria que renunciar em abril do ano que vem. Porém, eu não vejo isso como um caminho, até porque eu tenho muita coisa para fazer nesses três anos, e o TSE me deu um “voucher” e eu tenho que cumprir da melhor forma possível. Tenho a ponte que será alongada, a revitalização da Praça Mário Roque, fazer mais asfalto, investir mais em saúde. Primeiro vamos manter o que o povo pediu nas urnas, meu vice é supercapacitado para assumir, mas se a decisão tivesse de ser tomada hoje, digo que não, que espero as eleições de 2026 para ser um deputado que represente o nosso litoral.

AVALIAÇÃO

JB LITORALMesmo com críticas de adversários de suas ações nas redes sociais e mídia, você tem procurado justificar seu slogan de 2020, “para fazer muito mais”. Qual sua avaliação do que foi feito e o que o parnanguara poderá esperar “de mais” em 2022?

MARCELO ROQUE – Na realidade estamos fazendo o que nos propusemos desde o início. Este ano foi muito melhor do que no ano passado. Vamos ser lembrados pelo Erasto Gaertner, a Tarifa Zero, alargamento da ponte da Ilha dos Valadares, isso será o fim da balsa, melhorar, também, a infraestrutura e a beleza da nossa cidade. Pode ter certeza que 2022, 2023 e concluirmos os 8 anos de mandato com investimentos robustos.

MARCELO DE 2017 E DE 2021

JB LITORALO que mudou no Marcelo Roque do começo até agora?

MARCELO ROQUE – Mais rugas, mais cabelos e barba brancos, mas mais experiência, muito mais responsabilidade, tranquilidade até para me expor, 2017 e 2018 foram anos atípicos, de muitas confusões políticas, mas focamos bem no trabalho. Isso ajuda muito nas decisões, fazendo o que é melhor para a população, enxergar os detalhes, nossa equipe e nossos servidores têm ajudado muito também. A tecnologia como nossa aliada, tudo isso tem ajudado.

RIO BRANCO

JB LITORALO que espera para o clube em 2022, agora com seu filho na gestão?

MARCELO ROQUE – Era uma lacuna que faltava, tinha um grupo ali que não queria largar o osso e fazendo um monte de coisas erradas, fazendo com que hoje o clube deva R$ 2 milhões em dívidas trabalhistas. Lembrar de tudo que o meu pai e outros gestores fizeram de bom no passado pesou muito na minha decisão, não podia deixar tudo ir por água abaixo. Ter o meu filho, um Roque, na administração do clube mais antigo na federação paranaense fará com que o clube volte a ter credibilidade para que os empresários voltem a acreditar e ajudar o Rio Branco. Tenho certeza de que fará o melhor campeonato dos últimos 10 anos. A escolha dos atletas será muito bem feita e também vamos apostar nas categorias de base.