Prefeito não atende categoria e ano letivo começa com greve


Por Redação JB Litoral Publicado 14/02/2016 às 09h00 Atualizado 14/02/2024 às 12h19

Cansados de ouvir promessas e verem compromissos não cumpridos ao longo de 2015, profissionais de educação da rede municipal de ensino vão começar o ano letivo com greve nas escolas e no Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI), a partir do próximo dia 15, na cidade de Antonina. 

A decisão ocorreu na última sexta-feira (5) durante a Assembleia Geral da categoria, coordenada pela APP/Sindicato, representada por Celso Santos, secretário estadual de Assuntos Municipais; Vanda Bandeira Santana, Secretaria Geral; Bruno Uyetaque, secretário de sindicalizados do Núcleo Sindical de Paranaguá e Claudia Cunha, da Comissão Municipal.

Estiveram presentes na sede da Associação de Defesa do Meio Ambiente e do Desenvolvimento de Antonina (Ademadan) cerca de 80 profissionais de educação, o que representa 60% da categoria.
No documento entregue ao prefeito João Ubirajara Lopes (PSC), o João Domero, a APP/Sindicato destaca o início dos debates sobre as reivindicações desde 2014 entre a prefeitura, Direção Estadual da APP e a Comissão Municipal.

Durante o processo, o prefeito chegou a assinar um documento, em setembro do ano passado, se comprometendo em tomar medidas que aumentassem a arrecadação e reduzissem o percentual de gastos com o pagamento de pessoal.

Domero se comprometeu ainda a cumprir com transparência, fornecendo as informações formalmente solicitadas para que a APP acompanhasse e compreendesse a situação fiscal e financeira do município e a aplicação dos recursos da educação.

Porém, não houve avanço nas negociações e no atendimento às reivindicações, informa o sindicato. Em janeiro deste ano o prefeito sequer compareceu na última reunião de negociação e delegou poderes ao vice-prefeito, Wilson Clio de Almeida Filho (PSC), que ficou de pagar o reajuste do Piso Salarial Profissional Nacional do Magistério naquele mês. Mas até esta nova promessa não foi cumprida, assim como as demais reivindicações do processo de negociação. Diante do conjunto de ações do desmonte pedagógico, de precariedade na manutenção de prédios escolares e de respeito aos profissionais de educação, a categoria aprovou a greve por unanimidade.

Pauta prioritária

No documento deixado com João Domero ficaram definidas três pautas prioritárias: a reformulação do Plano de Carreira, com pagamento do Piso Salarial Nacional do Magistério e implantação da hora-atividade; pagamento de auxílio transporte; melhorias nas condições de funcionamento e de manutenção das escolas municipais e do Centro Municipal de Educação Infantil, como regularização do fornecimento de material de expediente, de limpeza e didático, fundo rotativo.

A APP/Sindicato solicitou ainda que o prefeito receba uma Comissão de Negociação para que, junto com as demais secretarias, apresente soluções efetivas para as pautas.

Vale destacar que a greve ocorre dois dias após o prefeito fazer sua prestação de contas na Câmara Municipal, onde ele sequer falou deste grave problema que ocorre na área de educação. O mesmo ocorrendo com a secretária da pasta, sua irmã, Lucicleia Lopes de Ramos. Domero e Lucicleia não informaram o fato de a prefeitura estar em condições de honrar com os compromissos com os profissionais de educação. Um documento em poder da categoria assegura que o município tem índice fiscal.

De acordo com o relato, o percentual fechou em 46,84% com um total de gasto com pessoal de R$ 18.961.516,31.