Prefeitura e Câmara de Guaratuba propõem projeto de memorial em homenagem às vítimas da Covid-19


Por Redação Publicado 27/06/2021 às 21h51 Atualizado 16/02/2024 às 06h17

Por Camila Vida

A cidade de Guaratuba vai homenagear as vítimas fatais da covid-19 e seus familiares. Um memorial vai ser instalado na Praça da Paz, no centro, e deve ser iniciado em julho, segundo a prefeitura. Nas últimas semanas o Executivo e o Legislativo municipal vinham decidindo sobre qual projeto sairia do papel. É que tanto a Câmara quanto a prefeitura pensaram um modo de homenagear as vítimas e propuseram projetos similares de um memorial. Como a prefeitura já estava adiantada, o projeto que vinha da Câmara foi arquivado por iniciativa do próprio autor.

O vereador Paulo Araújo (PP), elaborou o projeto com uma autorização prévia ao Executivo para a construção do memorial. A prefeitura então entendeu que não havia necessidade de um aval da Câmara pois já havia a iniciativa de fazer a obra. De acordo com o vereador proponente, em conversas entre os dois lados, houve concordância e não houve desgaste de nenhuma parte, relata o parlamentar. “A essência é que vai ser feita a homenagem, não importa quem vai levar o crédito”, diz.

De acordo com a Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Guaratuba, a diferença entre o projeto da prefeitura e o da câmara é que o artista será selecionado por um mecanismo chamado notória especialidade, um tipo de curadoria que também que investiga o histórico do artista, tanto de obras como de publicação de artigos. “Por isso pedimos dispensa licitação”, explicou a assessoria. A previsão é de quem em julho se inicia a instalação do mural que homenageia as vítimas da covid-19.

Cuidados com a Saúde Pública

Até o último boletim consultado junto à prefeitura, na última quarta (23), a cidade tem registrados 162 óbitos por covid-19. Camila Haubert Ferreira Coelho é arte-educadora, professora de dança e mora em Guaratuba. Ela perdeu alguns colegas para a doença e concorda com a instalação do memorial. Para ela, é importante olhar para o que aconteceu e tirar algum aprendizado.

De acordo com a professora, se algumas providências coletivas tivessem sido tomadas, o número de óbitos teria sido menor. “Eu, por exemplo, trabalhava em uma escola particular e desde o ano passado as atividades começaram a voltar. Como tem muitas crianças, eu via que o distanciamento social não estava funcionando e começaram a morrer alguns colegas. Fiquei muito abalada e acabei pedindo demissão”, relata.

Para ela, a pouca estrutura da cidade piorou a situação.  “Vários doentes foram transferidos para outros lugares e até escolas funcionaram como enfermarias. Essa carência também piorou o quadro por que a cidade não tem estrutura para acolher casos graves”, ressalta.