Projeto de acesso a Antonina aponta uso de tecnologia com baixos impactos ambientais
Foto: Henrick Loyola Porzycki
A construção do novo acesso rodoviário a Antonina, a PR-340, utilizará uma tecnologia “verde” para proteger as áreas de manguezais, flora e fauna do Litoral por onde irá passar o novo traçado da rodovia. A informação foi repassada aos moradores de Morretes, na noite desta quarta-feira (6), em audiência pública no Theatro Municipal.
Em junho, também foi feita a mesma apresentação para os moradores de Antonina. As duas reuniões públicas aconteceram para apresentar o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o Relatório de Impacto Ambiental (Rima) da obra. As audiências foram coordenadas pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP).
Como passará por uma área rica em biodiversidade e cercada pela Mata Atlântica, o objetivo do Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER-PR) é causar o mínimo impacto ambiental possível com a construção do novo acesso.
A estrada proposta terá 10,3 quilômetros e ligará a BR-277 a Antonina. No projeto apresentado à população está a construção de uma ponte sobre o Rio Nhundiaquara. Para gerar o menor impacto, a técnica proposta para a construção desta nova ponte é a cantitraveller.
A tecnologia permite que a ponte seja construída sem a necessidade de as máquinas entrarem nas áreas de mangue. A construção é feita com estacas colocadas por um guindaste. A medida que a obra vai avançando novas peças são encaixadas, como um Lego.
Isso minimiza os impactos ambientais, porque não há necessidade de remover o solo. No Paraná a técnica seria utilizada pela primeira vez. Em São Paulo o mesmo sistema foi usado na construção do Rodoanel.
A ponte proposta teria entre 1,5 km e 2,1 km. Como será feita com estacas, os animais poderiam cruzar em segurança, por baixo da rodovia, para os dois lados do Rio Nhundiaquara. Além da ponte, o novo acesso terá ciclovia ao longo de todos os 10,3 km da PR-340. O Governo do Paraná vai investir R$ 170 milhões na obra.
Foto: Henrick Loyola Porzycki
AUDIÊNCIA – Cerca de 250 pessoas, entre moradores de Morretes, Antonina, vereadores, secretários municipais e representantes de organizações ambientais participaram da audiência pública em Morretes. Na reunião foram apresentados os estudos ambientais para a obra e os moradores puderam tirar dúvidas e fazer sugestões sobre a construção do novo acesso.
A professora Ana Maria Schimure Robazza, 59, mora em Morretes e fez questão de participar das discussões públicas sobre o novo acesso à cidade. “Temos alunos, adolescentes que passam ao lado do tráfego pesado de caminhões, que aumentou muito nos últimos tempos. Existe muita poluição também no Centro de Morretes por conta deste trânsito. A audiência foi muito importante para esclarecer as dúvidas sobre essa nova obra”, disse.
A nova ligação rodoviária iniciará nas proximidades do km 24 da BR-277 (Marta) e seguirá até o complexo Portuário de Antonina. A expectativa é que o fluxo de caminhões mais que duplique com a nova estrada, subindo dos atuais cerca de 420 por dia para em torno de mil veículos diariamente.
O prefeito de Morretes, Hélder Teófilo dos Santos, disse que a obra é fundamental para aumentar a segurança dos moradores da cidade. “É uma das obras mais importantes de qualquer governo aqui do Litoral. Vai nos trazer muitos benefícios, minimizar os impactos violentos dos caminhões pesados que passam aqui por Morretes”, afirmou.
Opinião semelhante tem o prefeito de Antonina, João Domero. “Para o Litoral inteiro será muito bom. Com a obra, Antonina vai ter um novo fomento para o turismo, além de ganharmos um novo acesso rodoviário”, definiu.
ESTUDO – O Estudo Ambiental apresentado na audiência pública destaca o melhor traçado para a rodovia. No documento, são apontados os impactos com a construção da estrada, as medidas ambientais e as ações mitigatórias.
O EIA/RIMA sobre o novo acesso a Antonina pode ser consultado nos sites do IAP, DER-PR, Administração dos Portos de Antonina e Paranaguá (Appa) e da Secretaria de Infraestrutura e Logística.
Após a conclusão das audiências, o IAP vai avaliar a emissão da Licença Prévia para a obra e o DER-PR estará apto a contratar o projeto de engenharia e demais estudos ambientais necessários para a construção do novo acesso.
Fonte: AEN