Richa prometeu construir minipresídio e extinguir carceragem, mas não cumpriu


Por Redação JB Litoral Publicado 23/05/2017 às 12h30 Atualizado 14/02/2024 às 18h28

A crônica superlotação da Cadeia Pública de Paranaguá fez com que, em 2010, após mobilização da sociedade, o então candidato a governador Beto Richa (PSDB) entregasse um documento ao Bispo Dom João Alves dos Santos (hoje falecido) comprometendo-se a construir um minipresídio na cidade. A promessa foi feita na Catedral Diocesana de Paranaguá, durante o Fórum Diocesano do Colégio Leão XIII e testemunhada por centenas de pessoas, autoridades e membros da imprensa.  O documento pedindo a delegacia foi entregue pelo próprio bispo ao governador.

Em julho de 2011, o Governador Beto Richa, por meio do Decreto Estadual nº 8506, determinou a desativação da carceragem de Paranaguá como alternativa à decisão do governo de não construir um minipresídio no município, como havia prometido durante a campanha eleitoral. O Governo Richa argumentou que o primeiro local definido e doado pelo então Prefeito José Baka Filho (PDT), na área rural do município, dispenderia um elevado custo de aterro. Algo que foi contestado no grupo de WhatsApp  “Apaixonados por Paranaguá”, pelo Ex-secretário de Obras e Urbanismo daquela gestão, Juliano Elias, dando como alternativa a construção de um prédio elevado, sem necessidade de aterro. Com isto, mais de 200 detentos foram transferidos para Curitiba e a Pires Pardinho ficou com apenas 10. O que pareceu ser o fim do problema, nem com decreto se tornou a solução.
 

A cidade de Matinhos já ganhou sua Delegacia Cidadã. Foto: Arnaldo Alves/ANPr

Quando a população achou que o problema estivesse sendo resolvido, aos poucos a superlotação voltou a existir e a colocar em risco todos que residem ou estudam próximo à Delegacia/cadeia. O minipresídio não saiu e, anos depois, a intenção de Richa em construir uma Delegacia Cidadã em Paranaguá esbarrou na negativa de moradores, que se mobilizaram para impedir a construção do espaço próximo as suas casas.

Um dos locais escolhidos primeiramente ficava ao lado da Garagem da Prefeitura, no Bairro Leblon, mas foi descartado após mobilização de algumas pessoas, a exemplo do que está ocorrendo hoje em relação ao Aeroparque, cujos vizinhos também não querem a obra. Enquanto a polêmica não se resolve, em 27 de abril passado, o vizinho Município de Matinhos ganhou a primeira Delegacia Cidadã do Paraná, um investimento de R$ 4,5 milhões.

A unidade de Matinhos é a primeira a entrar em funcionamento no Estado. Estão com obras em andamento as Delegacias Cidadãs em Pinhais e Fazenda Rio Grande. Além de Paranaguá (anunciada na inauguração da Delegacia Cidadã de Matinhos e que terá um investimento de R$ 6 milhões), o Governo do Estado deverá abrir, ainda neste ano, a licitação para a construção de unidades em Almirante Tamandaré, Colombo, Ivaiporã e Araucária.