Rua do Colégio Nova Geração leva perigo diário para alunos, pais e professores


Por Redação JB Litoral Publicado 17/04/2015 às 12h22 Atualizado 14/02/2024 às 07h07

   Um pequeno trecho de rua de pavimentação asfáltica inacabada na Rua Comendador Correia Junior, bairro João Gualberto, há anos transformou o cotidiano de alunos, pais e professores do colégio Nova Geração numa perigosa aventura diária. 

Sem explicar o motivo, a Prefeitura de Paranaguá, através da Secretaria Municipal de Obras Públicas (Semop), em janeiro de 2014, investiu na colocação de asfalto a quente (CBUQ – Concreto Betuminoso Usinado a Quente), apenas no trecho que compreende a Rua João Eugênio até a Rua Barão do Rio Branco.
   Para o restante da rua, inclusive no trecho diante do colégio, a prefeitura manteve a pavimentação com paralelepípedo e o asfalto quebrado. De acordo com a administração, o paralelepípedo é mais resistente para aquela região, considerada área industrial e com intenso tráfego de veículos pesados. Entretanto, além do colégio com mais de 1.300 alunos com idade a partir de três anos, há moradores, uma casa de shows e até um prédio da Justiça Federal. 

“Nós combinamos com os nossos alunos em respeitar o trânsito e hoje por causa desses buracos aqui na frente da escola, eles são obrigados muitas vezes em parar em fila dupla e entrar na contramão para desviar dos buracos. É quase uma forma de deseducar”, relata a coordenadora pedagógica do colégio Nova Geração, Edimar Pereira Neves.

   Segundo ela, a falta de manutenção e também de limpeza causa muitos transtornos.“São quase 300 alunos no período diurno e mil alunos no período noturno. Geramos futuros educadores para a nossa cidade. Temos conversado com os pais que nos reivindicam melhorias. Mas não cabe a escola esse tipo de serviço e sim a prefeitura, pois pagamos nossos impostos”, disse ela.

   Percorrendo a Rua Comendador Correia Junior, sentido Centro-Bairro, é possível observar que na quadra seguinte a Rua Barão do Rio Branco, limite do projeto asfáltico da prefeitura, o asfalto está com vários buracos com água parada e restos de resíduos, o que preocupa a direção da escola. “Trabalhamos no combate ao mosquito da dengue com nossos alunos, dos cuidados com a higiene e o meio ambiente. Mas o que eles vêm na frente da escola? Essa situação precária. Eles fazem trabalhos de campo, aí vem à reflexão, pois na própria rua tem água parada, lixos nas esquinas, restos de soja e o que fazemos? Ensinamos que eles têm que cuidar da cidade e quem deveria cuidar não o faz”, ressalta a coordenadora, concluindo que a direção do colégio já fez os trâmites legais e até agora não houve retorno. “Conversamos com os responsáveis dos setores para essa melhoria, já fizemos os procedimentos cabíveis, ofícios, abaixo assinado e não recebemos nenhum retorno. A direção do colégio não quer realizar protestos ou passeatas. Queremos apenas uma atenção. Queremos uma parceria, trabalhar junto com o poder público, pois tem certas coisas que não cabe ao colégio fazer. Se a prefeitura pelo menos deixar o paralelepípedo nivelado, com placas de sinalização, ninguém comete infrações e nenhum aluno vai passar por esses buracos. Não vejo dificuldade nisso, basta força de vontade”, completou.

Sinalização e segurança

Além do problema viário, outra preocupação é em relação à sinalização e a insegurança na região. Segundo o coordenador pedagógico do colégio, Leandro Correia Ramos, alunos já foram assaltados no trecho entre o Terminal Municipal Urbano e o colégio.“Na região constantemente acontecem assaltos, já tivemos em uma semana alunos que perderam celulares e outros pertences pela manhã. São alunos que descem no terminal, pois antigamente tínhamos a linha Labra, que passava na frente do colégio. Agora o ônibus fica parado no terminal e os alunos precisam vir a pé e são alvos dos bandidos. A noite é bem escuro e não tem policiamento”, declarou o educador.
 
  Sobre a sinalização da via, Ramos diz que a região está esquecida e que ninguém respeita os pedestres. “Falta uma faixa de pedestre para que os alunos possam atravessar, pois aqui carros e principalmente os caminhões não respeitam ninguém e muito menos as poucas placas de sinalização que existe. É uma região abandonada”.

Prefeitura diz que paralelepípedo já foi colocado

   A reportagem do JB mostrou, na edição 349, que a prefeitura está fazendo pouco caso do assunto. Em nota, a Semop informou que “o trabalho de pavimentação proposto nas vias em questão já foi concluído. Por se tratar de uma área industrial não cabe pavimentação asfáltica até o final da via. Cabe apenas paralelepípedo, para suportar o tráfego intenso e este material que já está colocado no trecho após a rua Barão do Rio Branco. A pavimentação seria danificada com a passagem de veículos pesados como caminhões. Apenas o material que ali está suporta o peso do referidos veículos, como informou o secretário de obras”.