Saben fará filme documentário mostrando colonização árabe no Paraná


Por Redação JB Litoral Publicado 27/11/2016 às 22h21 Atualizado 14/02/2024 às 17h10

Foz do Iguaçu, bem como Paranaguá e Curitiba, apresentam forte colonização árabe.
 

Na última semana, o Conselho de Senhoras da Sociedade Árabe de Beneficência (Saben), com patrocínio da Itaipu Binacional, Hotel Bourbon e Fundação Cultural de Foz do Iguaçu, lançou oficialmente um filme abordando a imigração árabe na região da Tríplice Fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina, com foco principal em Foz do Iguaçu. Nomeado por “Árabes do Paraná – Foz do Iguaçu”, o projeto prevê edições do documentário em Paranaguá, município com forte imigração árabe, bem como em Curitiba.

Lançado oficialmente na última quinta-feira (17) no Hotel Bourbon de Foz, o filme foi escrito e dirigido pela Cineasta Lu Rufalco (de “O Mundo Perdido de Kozák”), sendo um curta-metragem contando a história da colônia árabe de Foz do Iguaçu, município que concentra a segunda maior imigração árabe do Brasil e da América Latina.

 

Mesquita de Paranaguá demonstra influência árabe no litoral paranaense

Segundo a produção, o documentário foi viabilizado por meio de patrocínio da Itaipu Binacional, com apoio da Prefeitura Municipal, da Fundação Cultural de Foz do Iguaçu e do Hotel Bourbon, sendo uma iniciativa da Saben. Ou seja, para que o documentário em Paranaguá seja viabilizado, haverá a necessidade de apoio do poder público sediado no município, bem como do setor privado. Em Foz, por meio do filme, a Saben empreende uma campanha pública para construção do Hospital da Beneficência Árabe do Paraná.
 

Para produzir o filme, a organização do documentário necessitou realizar um estudo aprofundado sobre a imigração árabe no Paraná, que começou há cerca de 140 anos, no contexto da perseguição dos árabes pelo Império Turco Otomano, bem como pela escassez de terras no oriente, algo também alavancado com a visita do Imperador D. Pedro II ao Oriente Médio, entre 1871 e 76, incentivando a vinda da colônia ao Brasil e ao Paraná.

 

“Sou neto dos primeiros imigrantes sírios nas Américas. Meu avô imigrou para o Brasil em 1892. Meu pai chegou a Foz em 1952, um dos primeiros libaneses da cidade. Por ser a Tríplice Fronteira, com gente de todas as etnias, ele se sentiu em casa. Tendo se estabelecido, o costume libanês é trazer a família e os parentes da cidade de origem”, ressalta Mohamad Ibrahim Barakat, Diretor de Assuntos Internacionais da Secretaria de Turismo de Foz do Iguaçu, em entrevista ao documentário, que aborda a fundo a colonização, algo que deve ser repetido em Paranaguá.

 

Filme conta com direção de Lu Rufalco

 

Com direção de Lu Rufalco, o documentário também mostra como, ao longo dos anos, a comunidade árabe foi se organizando, afirmando a identidade de sua cultura milenar como presença concreta na realidade de Foz, algo que ocorre também em Paranaguá e no litoral, demonstrando a viabilidade do projeto.
 

“É a continuidade das tradições em outro tempo e espaço. Assim como o Rio Iguaçu lança com ímpeto suas águas em outro rio, tornando-o ainda mais forte, a imigração árabe fez do Paraná o destino de sua tradição e cultura, para tornar mais vibrante, mais diversa e feliz a alma brasileira”, afirma Rached Traya, Presidente da Saben.
 

Em Foz do Iguaçu, há uma organização forte da comunidade árabe, com grupos e associações femininas como a União das Damas Libanesas e o Grupo Damas da Mesquita, que fazem arrecadações para serem distribuídas às entidades da cidade, em especial grupos de refugiados sírios que chegam a Foz. Além disto, há a presença da Associação Senhoras de Fátima, com foco em trabalhos sociais e comemoração de datas islâmicas juntamente com datas brasileiras, como o natal e a páscoa. 
 

“Nossa associação foi fundada para esclarecer que a mulher muçulmana tem igualdade com o homem, pode trabalhar, ser e fazer o que quiser. Nossa religião não restringe as mulheres a serem apenas mães e donas de casa”, completa Fatima Hussein Mansur.
 

Também em Foz do Iguaçu e no Paraná existe a Escola Libanesa Brasileira e o Colégio Árabe Brasileiro, os quais foram criados com foco na continuidade da cultura e dos costumes árabes, com recebimento de alunos de todos os credos, com aplicação de lições diárias em três idiomas: português, inglês e árabe. O ensino religioso é opcional na entidade. Na Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), presente em Foz, também existe um núcleo de estudos árabes, demonstrando que a comunidade está engajada também no viés acadêmico.

Neste momento, a produção do documentário ainda não divulgou data oficial para o lançamento do mesmo, o qual diz respeito à colonização árabe em Paranaguá.

 

 

Com informações da assessoria de”Árabes do Paraná – Foz do Iguaçu” e H2Foz.