Secretária de Educação não fala da precariedade de escolas e creches


Por Redação JB Litoral Publicado 25/02/2016 às 03h00 Atualizado 14/02/2024 às 12h29

A epidemia de dengue chegou também aos bancos escolares. Preocupada em dar uma resposta, pelo menos mínima, à comunidade escolar, a Secretaria Municipal de Educação e Ensino Integral (SEMEDI) capacitou diretores e professores e convocou pais e responsáveis para uma palestra de prevenção e cuidados em relação à doença nos dias 11 e 12 deste mês.

Porém, o cenário não foi tão animador para os alunos no retorno às aulas na segunda-feira passada. Apesar da secretária da pasta, Hilda Werner, ter afirmado que ações pontuais foram executadas a fim de atenuar eventos problemas com a dengue, a questão estrutural parece não ter tido o mesmo zelo.

Unidades escolares como Aníbal Ribeiro Filho, Randolfo Arzua e Leôncio Correa tiveram pátios e salas de aula alagados. Infiltrações eram marcas visíveis. A água parada dividiu espaço com quadros e carteiras.

Mesmo assim, a secretária garante que todas as medidas foram tomadas: “Tivemos todo o cuidado para que os alunos retornassem com segurança às escolas e centros municipais de educação infantil, principalmente no que diz respeito à dengue. Capacitamos os profissionais de educação, conscientizamos os pais, vistoriamos, por meio dos agentes de endemias todos esses espaços a fim de que possíveis focos da doença fossem eliminados. Sem contar que houve limpeza interna, capina e limpeza das caixas d’água. Por fim, estamos esperando a empresa responsável executar o serviço de limpeza das calhas, o que também é muito importante. Agora, com relação à estrutura, há questões que fogem do nosso controle. Tivemos a chuva na semana passada que comprometeu alguns espaços. Infelizmente não há como prever isso. Mas, estamos trabalhando, com a ajuda da Secretaria de Obras, para solucionar essas dificuldades”, afirma.[tabelas]Através de uma rede social, pais criticaram duramente o crítico estado de algumas unidades educacionais: “cortaram o gramado da creche por conta da dengue e deixaram de fazer a manutenção no prédio e o resultado foi desastroso, a chuva da madrugada deixou as salas alagadas e até o teto desabou. Nesta terça as crianças não tiveram condições de ficar na creche”, lamenta Letícia Nascimento, mãe de uma aluna do CMEI Aurora Xavier dos Santos, no Jardim Guaraituba.

Questionada sobre esses fatos, Hilda Werner foi evasiva e preferiu sublinhar que a SEMEDI vem trabalhando com outros órgãos da prefeitura, como a Secretaria de Obras, no intuito de minimizar essas questões.

Porém, vale lembrar que a empresa Arte Múltipla Empreendimentos LTDA – EPP, de abril até julho do ano passado, acumulou R$ 3.314.173.23 em 18 contratos assinados com a Prefeitura de Paranaguá, ou seja, uma média de R$ 1,1 milhão ao mês de faturamento na prestação de serviços nos prédios públicos. Entre eles, escolas e centros municipais de educação infantil (CMEI’s).