Seminário une sindicatos e Poder Público em favor da dragagem no Porto de Antonina


Por Redação JB Litoral Publicado 21/10/2017 às 12h54 Atualizado 14/02/2024 às 22h52

A demora na dragagem começa a se transformar em um problema para os trabalhadores, que já sentem os reflexos do assoreamento causado pela falta de dragagem de berços do Porto de Antonina. Sem muita informação dos motivos que originaram a ausência de dragagem nos berços de atracação do Porto Barão do Teffé, mais precisamente no Terminal Privativo da Ponta do Felix (TPPF), o Sindicato dos Estivadores de Antonina, realizou na sexta-feira (13), o Seminário de Defesa da Atividade Portuária de Antonina, em parceria com o Sindicato dos Arrumadores e demais segmentos que atuam na operação portuária, como cooperativas e o Órgão Gestor de Mão de Obra (OGMO).

O evento contou com a participação do Prefeito José Paulo Vieira Azim (PSB), vereadores, secretários municipais e sindicalistas da cidade de Paranaguá, cuja categoria também atua na carga e descarga no TPPF.

Estiveram presentes e compuseram a mesa de autoridades os Presidentes Sindicais Marcos Ventura (Vigias Portuários), Marcelo Januário da Silva (Consertadores) e Edinei Domingues (Bloco), além de Luiz Antonio Chiarelli, o Pé de Pano (Estiva de Antonina), Carlos Roberto Pereira (Arrumadores de Antonina) e representantes dos demais sindicatos locais.

Organizador do evento, o presidente da Estiva Luiz Pé de Pano conduziu os trabalhos. Foto/JB

O Presidente da Estiva, Luiz Pé de Pano, abriu o seminário falando a respeito do motivo da criação do evento, que é a defesa da imediata dragagem nos berços da baia de evolução e de atracação, que se encontra com um calado de pouco mais de sete metros, o que inviabiliza a movimentação de navios para operação portuária. Disse, ainda, que a retomada da obra da PR-340 também é uma bandeira a ser defendida por toda a cidade, além da dragagem.

Porém, grande parte do assunto do encontro focou na crítica de pessoas ou segmentos que estariam conspirando pelo fim da atividade portuária na cidade, o que pode gerar um caos na economia local e numa avalanche de desemprego.

 

Segundo o dirigente sindical, atualmente o porto conta com uma força trabalhadora formada por 121 estivadores, 160 arrumadores, 409 bloquistas, 70 Consertadores, 70 Vigias Portuários e 18 funcionários do OGMO, totalizando uma massa trabalhadora de 838 trabalhadores portuários avulsos (tpas) de Antonina e alguns de Paranaguá, por conta da multifuncionalidade.

 

Comissão negocia com o Governo Richa

Em seu discurso o Prefeito Zé Paulo informou que foi criada uma comissão de trabalhadores do embarcadouro, juntamente com integrantes do Legislativo e ele próprio que estão buscando, em conjunto com o Governo do Estado, a liberação das necessárias licenças ambientais para a realização da dragagem e permitir o acesso dos navios para a carga e descarga no Terminal da Ponta do Felix. Assegurou se tratar de um assunto que só pode ser resolvido no nível de Estado, descartando possíveis apoios de autoridades e políticos da esfera federal, alguns inclusive, que se propuseram ajudar a cidade na resolução deste problema que aflige os tpas. Disse, ainda, que as medidas técnicas já foram tomadas e que o assunto deverá ser discutido, em breve, pelo Conselho de Desenvolvimento Territorial do Litoral Paranaense (COLIT), onde a cidade possui dois votos, o dele e de mais um representante, de um total de 35 membros.

O presidente da Estiva trouxe, também, um quadro da movimentação de navios ao longo dos últimos quatro anos, que mostrou 103 navios atracados em 2013, 89 em 2014, 52 em 2015, 61 em 2016 e até agosto deste ano, 52 navios. Isto resultou em uma movimentação financeira salarial dos tpas de R$ 2,3 milhões em 2013, R$ 2,5 milhões em 2014, R$ 2,8 milhões em 2015, R$ 6,3 milhões em 2016 e até agosto deste ano R$ 6,2 milhões.

 

Última dragagem dos pontos críticos do Canal da Galheta teve um custo total de R$ 37 milhões pago com recursos próprios da Appa em 2013. Foto/Appa

APPA não faz dragagem desde 2015

Chama a atenção neste problema o fato de a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (APPA) sempre ter investido recursos próprios em campanha de dragagens nos terminais portuários paranaenses, inclusive Antonina, desde sua existência.

Em 2013 o Governo do Estado, por meio da APPA, investiu R$ 37 milhões na dragagem do acesso ao Porto de Antonina que resultou em aumento de 75% na movimentação de cargas. No ano seguinte, mais uma vez na gestão do Diretor Luis Carlos de Souza, o Luis Polaco, a APPA investiu numa dragagem que permitiu que o canal de acesso ao ancoradouro de Antonina passasse a ter 10 metros de profundidade, gastando R$ R$115 milhões em recursos próprios para a realização do empreendimento.

Todavia, depois de dois anos seguidos investindo em dragagem, desde 2015 a administração não investiu no terminal de navios antoninense.