Sindicato dos Conferentes fazem acordo com TCP e deixam de trabalhar no terminal


Por Redação JB Litoral Publicado 22/03/2017 às 06h40 Atualizado 14/02/2024 às 20h31

Chegou ao fim o histórico de batalhas judiciais por falta de requisição de associados e o uso de pessoas estranhas ao sistema de avulsos no trabalho de conferência entre o Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP) e o Sindicato dos Conferentes de Carga e Descarga do Estado do Paraná.

Um acordo firmado entre a categoria e o TCP, no início do ano, resultou na saída dos conferentes do terminal, onde foram indenizados no valor de R$ 150 mil por associado, aqueles que aderiram à saída do posto de trabalho. Entretanto, dos poucos mais de 60 sindicalizados, apenas seis não aceitaram o acordo e ficaram sem receber a parte que lhes cabia.

Segundo o Presidente da categoria, José Maria Gonçalves, o “Zeco”, a negociação aconteceu durante todo o ano de 2016, durante a gestão do Presidente Carlos Antonio Tortato e foi apenas consolidada na atual gestão, que teve a incumbência de assinar o acordo de encerramento de atividade no TCP. Todos os valores foram pagos ainda em janeiro em uma única parcela.

Em defesa da decisão, tomada em assembleia geral da categoria, Zeco justifica que o conferente avulso na faina (posto de serviço) de container está fadado a desaparecer, e que se trata apenas de uma questão de tempo.

Nos portos europeus, os conferentes já desapareceram por conta da modernização do sistema que automatizou o processo de conferência. Em portos como Rio Grande e Bahia, o conferente já não atua há muitos anos”, explica o dirigente sindical.

O Ex-presidente Tortato, também se posicionou sobre o assunto e destacou que esta questão da indenização “é para lá de questionável”. Optamos por ela diante das circunstâncias. Mesmo com ação do MPT não tivemos uma decisão que nos devolvesse o posto de trabalho. A lei permite a contratação com vínculo, como foi feito com os arrumadores. A realidade dos terminais pelo Brasil a fora é terrível para os avulsos, inclusive para a Estiva. A possibilidade de reforma na Lei é real, e pelo que sabemos, não querem deixar pedra sobre pedra na questão portuária.A reforma trabalhista será um desastre para os trabalhadores em geral. Garantias mínimas e salários avultados. Portanto, foi a opção entendida pelos conferentes como a melhor para o momento”, disse Tortato, reforçando o entendimento de Zeco, seu sucessor.

Entretanto, o sindicalista garante que tudo foi debatido e aprovado em Assembleia da categoria, depois de meses de discussão.

“Na plenária no Rio de Janeiro não houve nenhum questionamento sobre o que foi feito por aqui. Portanto, a responsabilidade foi totalmente dividida entre todos. Aproximadamente 60 dos 66 associados se habilitaram para receber. Só o tempo irá mostrar se o que os associados decidiram foi o melhor ou não. Hoje, qualquer posicionamento mais apaixonado ou radical, se constitui em mero exercício mental. Mas se fizemos certo, é algo que somente o tempo dirá”, conclui Tortato.

A reportagem do JB fez contato com Sandoval, um dos seis conferentes que não aderiram ao acordo e este ficou de conversar com os demais para se manifestarem sobre o assunto. Porém, até o fechamento desta edição não houve nenhum retorno.