SOS Paranaguá reúne quase 300 pessoas no 2º abraço na Estação Ferroviária


Por Redação JB Litoral Publicado 20/01/2015 às 20h50 Atualizado 14/02/2024 às 05h26

O tempo fechado e propício a chuva desta terça-feira (20), às 19 horas, não foi obstáculo para o primeiro grande ato de cidadania e zelo em favor do mais representativo patrimônio histórico do Paraná, a centenária Estação Ferroviária de Paranaguá. 

Tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) que fez a cessão para a prefeitura em 2012, a Estação Ferroviária ganhou, hoje, o segundo abraço comunitário promovido pelo grupo do facebook “SOS Paranaguá”, criado por Acyr Correia Junior e conta atualmente com 2.148 membros. Segundo consta na página do grupo no facebook, 289 pessoas compareceram ao evento.

O ato público em favor da imediata recuperação e manutenção do patrimônio público reuniu um seleto número de formadores de opinião e pessoas do dia a dia, divididos entre profissionais liberais, empresários, trabalhadores das mais diversas áreas, vereadores e responsáveis por segmentos públicos federal, estadual e municipal.

Dos 17 vereadores que compõe a Câmara Municipal, Adalberto Araujo (PSB), Adriano Ramos (SDD) e Laryssa Thaiz de Castilho Pereira Poleti Moreira (PRB).
Antes do evento Acyr Correia Junior distribuiu adesivos do grupo para as pessoas que apoiam as iniciativas de em favor da cidade e, principalmente do Patrimônio Histórico, confeccionados com seus próprios recursos. Ele abriu o ato público, que foi pacífico e ordeiro, ressaltando que o grupo e o movimento em defesa da Estação não tem nenhum cunho político e tampouco de hostilização as autoridades constituídas.

“Existem pessoas que tem a razão e outras que querem o bem das coisas e é por isso que estamos aqui, pois queremos a Estação Ferroviária da maneira que aprendemos a conhecê-la e que tantos bons momentos nos proporcionou”, disse Acyr Junior garantindo não ter nenhuma pretensão política.

Apesar do discurso apolítico, Acyr foi incisivo ao defender que os culpados por esta situação não resolvem nada e que a criação do grupo foi reunir pessoas interessadas em ajudar, de alguma forma, com a solução deste problema.

Wistuba, Marcelo Dias e Fujita, Valdo

O professor Florindo Wistuba, profundo conhecedor da história da cidade, mostrou-se satisfeito pelo número de pessoas que atenderam a convocação do grupo. Representante do Observatório Social, o administrador de empresa, Marcelo Dias, parabenizou a iniciativa do grupo e ressaltou a importância da participação da comunidade na busca de soluções onde a política não é tão eficaz e relatou o trabalho que o Observatório vem fazendo na recuperação de patromonio histórico na cidade.

Presente ao evento, o professor Valdo Cavallet, diretor da UFPR Litoral, admitiu que a universidade tem pecado com a cidade nos últimos anos, por ter investido seu trabalho nas outras cidades do litoral, mas parabenizou a iniciativa e disse que para este ano a UFPR/Litoral dará mais atenção a cidade.

Um discurso que chamou a atenção foi de Jorge Fugita, um dos melhores profissionais de fotografia que a cidade e o litoral possui. Apaixanonado pela cidade, ele disse que viu o estado precário da estação quando estava no Japão e não suportou a visão a ponto de chorar. Após o eventom ele postou um alerta no grupo SOS Paranaguá. “Sinceramente periga, a Estação desabar por completo neste verão. Será que estão esperando que isso aconteça?”. Depois num sentimento mais saudosista falou do prazer de reencontrar os amigos.

“Foi bom o 2º Abraço na querida Estação. Rever velhos amigos, conhecer novos e saber que ainda existem pessoas que se preocupam com a cidade. Eu não aprecio placas afixadas em obras não iniciadas, somente com números e palavras (esta foi feita para a ocasião). Gosto é de ver areia, pedras, madeiras, etc, chegando, gente trabalhando. A Estação é somente o símbolo de uma luta contra uma cidade abandonada. A estrada é longa, mas espero ver ainda em vida, aquela Paranaguá da minha infância e adolescência. Somente quem viveu a época, pode entender o significado”, disse Fujita. O ato público foi encerrado com todos os presentes cantando o Hino Nacional.