Hermes do PSOL quer uma gestão voltada às pessoas e não aos interesses de poucos


Por Redação JB Litoral Publicado 18/09/2016 às 13h44 Atualizado 14/02/2024 às 16h16

Foto: Divulgação

Atendendo ao pedido oficial dos partidos e coligações, que participam das eleições municipais, o JB segue a série de entrevistas trazendo propostas e planos de governo dos candidatos à prefeitura de Paranaguá. Nesta edição o candidato a prefeito do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), o Professor da Rede Estadual de Ensino, Hermes Goldestein Junior, traz suas propostas e planos de governo. Veja o que motivou sua candidatura e seus projetos.

 

JB – O que motivou a disputa pelo comando da cidade até 2020?

Professor Hermes – Podemos dizer que nossa candidatura vem da necessidade. Infelizmente no movimento grevista dos profissionais da educação do Estado do Paraná, em 2015, fomos atrás dos representantes políticos da cidade para intercederem pela categoria junto ao governo estadual. Encontramos uma gestão, tanto executiva, quanto legislativa, que beirava o analfabetismo político. Assim, fundamentados pelos movimentos sociais e pela luta dos trabalhadores, decidimos ser uma alternativa independente para a gestão pública. Deixar um legado positivo para as nossas crianças.

 

JB – Como vê a situação da cidade atualmente?

Professor Hermes – Paranaguá vive um momento crucial em sua história, um professor amigo talvez tenha dado a melhor definição para esta questão, “vivemos na melhor e mais judiada cidade do Paraná”. Fazendo uma análise histórica mais profunda percebemos a máquina pública sendo sugada sistematicamente e o resultado disso quem sente é a população mais vulnerável. Hoje beiramos o colapso urbano já enfrentado em outros centros. Por isso a necessidade de uma gestão voltada às pessoas e não aos interesses de poucos.

 

JB – Qual serão as prioridades de sua gestão?

Professor Hermes – Primeiramente a auditoria da divida pública e a transparência completa das contas. Só podemos planejar a cidade entrando na prefeitura com os movimentos sociais de um lado e com o ministério público do outro. Depois montar um secretariado técnico forte e independente, sem amarras com a velha política. Fortalecer os servidores públicos e o atendimento às pessoas. Questionar os contratos de concessão principalmente do abastecimento de água e do transporte coletivo. Bom, a situação é tão grave que iremos atacar todas as necessidades da população, pois fazemos parte desta população.

 

JB – Como será o relacionamento com a câmara municipal?

Professor Hermes – Desde o ano passado tenho acompanhado quase todas as sessões da Câmara Municipal de Paranaguá, um aprendizado de como se fazer e, principalmente, de como não agir, portanto como prefeito, continuarei frequentando as sessões agora acompanhadas do secretariado que responderão em tempo real os questionamentos da casa. Também iremos incentivar cada vez mais a população a ocupar aquele espaço.

 

JB – Como será o relacionamento com a APPA e o Governo do estado?

Professor Hermes – Infelizmente Paranaguá tem um porto no seu território, que apesar de ser o segundo do país, garante ao município nada além do pão de cada dia aos nossos trabalhadores. Desde sempre a administração dos portos vira as costas ao município deixando para a população apenas a sujeira, o risco de acidentes e as mazelas urbanas ligadas à operação portuária. No curto prazo, unidos aos sindicatos e movimentos sociais, vamos buscar nossos direitos junto a este órgão. Em longo prazo estamos estudando a possibilidade de um porto público e municipalizado.

Quanto ao relacionamento com o desgovernador Carlos Alberto Richa estaremos com o mesmo espírito de luta em que nos encontrávamos na Praça N. S. de Salete em 29 de abril de 2015. Não acredito na política baseada na submissão, somos cidadãos com os mesmos direitos e lutaremos por eles sem considerar o agente político que ocupar o referido cargo.

 

JB – Qual critério utilizará para compor o seu secretariado?

Professor Hermes – Pela completa independência da nossa candidatura teremos a inédita possibilidade de formar uma equipe de trabalho baseada em competência técnica e comprometimento com as pessoas. Daremos preferência aos servidores de carreira e apenas em casos específicos traremos profissionais independentes. Também gostaríamos de destacar uma extinção considerável dos cargos comissionados, ponto que abre espaço para muitos casos de corrupção na gestão pública.

 

JB – Está em seus planos a realização de auditoria em gestões anteriores? Por quê?

Professor Hermes – Auditoria cidadã da dívida pública é uma proposta nacional do partido, infelizmente foi vetada pela Presidenta Dilma e duvido que o desgoverno Temer venha a aprová-la. Não existe possibilidade de uma gestão séria ser desenvolvida na cidade sem uma investigação completa das últimas gestões, principalmente com as reprovações das contas e da constante interferência do ministério público nestes últimos anos. Como já foi dito acima, entraremos no Palácio São José com os movimentos sociais de um lado e o Ministério Público do outro para começar e terminar com ética esta gestão.

 

JB – Quais suas principais propostas para cidade e população?

Professor Hermes – Primeiramente garantir o direito das pessoas à cidade promovendo a regularização fundiária do município fugindo da lógica da especulação imobiliária. Chamar para uma reunião definitiva os profissionais da guarda civil municipais, da saúde pública e do sistema municipal de ensino. Mandaremos à Câmara Municipal um pacote de medidas de combate ao mosquito transmissor da Dengue e de outras doenças. Auditoria sobre os contratos da CAB e Viação Rocio. Extinção da maioria dos cargos comissionados. Encaminhar a criação de subprefeituras com todas as prerrogativas para atender à população nos bairros. São muitas ações das quais as pessoas precisam e estaremos junto a elas realizando cada uma delas.

 

JB – O que a cidade pode esperar de você como gestor a partir de 2017?

Professor Hermes – Pode esperar um guerreiro que não medirá esforços para provar a existência de uma política que pode ser justa para todos. Serão quatro anos de trabalho duro onde nossa equipe terá que, muitas vezes, virar as noites dentro da prefeitura para que o valor cobrado em nossos impostos retorne na integralidade em benefício da população.  Depois destes quatro anos vamos sair com a cabeça erguida e o sentimento de dever cumprido e a exemplo de Pepê Mujica, Ex-presidente uruguaio, voltarei a minha chácara em Alexandra continuar a luta como cidadão. Obrigado ao jornal pela oportunidade e até a vitória!