No ramo há 20 anos, Willian já vendeu mais de 1.000 cachorros-quentes por mês


Por Marinna Prota Publicado 09/09/2021 às 22h19 Atualizado 16/02/2024 às 12h50

No dia do prato típico das ruas da Cidade Mãe do Paraná, o JB Litoral trouxe um pouquinho da história de uma das centenas barracas de cachorro-quente de Paranaguá. Há mais de 20 anos no mercado, o jovem Willian Lopes conta como a comida virou sua fonte de renda e como o negócio tem sobrevivido em meio a crise.

Quem passa pelo calçadão da Desembargador Hugo Simas, na região central, certamente já viu o Hotdog do Willian. A barraca está lá há pelo menos 11 anos, mas o vendedor de cachorro-quente surgiu bem antes disso. Com uma primeira chance, Willian, de 37 anos, aproveitou a oportunidade para garantir o seu ganha pão.

Tímido, ele conta que a venda da especialidade transformou até mesmo a sua personalidade. “Em Paranaguá, uma das primeiras oportunidades que tive foi de fazer cachorro-quente. De lá para cá mudou muita coisa. Me lembro da primeira vez que fui atender, era muito tímido. Trabalhava no Rei do Cachorro-quente. O casal sentou e eu não sabia como funcionava. Eles perguntaram se eu não ia atender e respondi que sim. Mas já comecei fazendo sem perguntar e o pedido não era esse, não era completo. Assim passei a interagir mais com os clientes”, relembra o vendedor.

(foto: Diogo Monteiro/JB Litoral)

Em um breve período ele resolveu continuar com as vendas, mas dentro de uma loja de departamento. Ficou por lá durante cinco anos, mas acabou voltando para as ruas e, desta vez, com seu próprio negócio. “Lá se vão 11 anos trabalhando para mim mesmo”, afirmou ele com um sorriso no rosto, escondido pela máscara de proteção e prevenção à Covid-19.

Tem sido justamente nesta pandemia que ele consegue somar um pouco e ter a dimensão de como o mercado e o consumo mudou. Antigamente, antes mesmo da crise econômica, ele vendia mais de 1.000 unidades por mês. Agora, sobrevive com a venda do mínimo para conseguir viver.

“Não tenho uma média exata. Já cheguei a vender muito mais do que vendo hoje. Eu, como muitas pessoas em vários ramos, vi cair o movimento uns 60%. A gente tem vivido com o mínimo. Mês passado acho que vendemos uns 700 cachorros quentes, por aí”, detalhou o vendedor.

“Quando comecei um cachorro-quente era R$1,50. Para falar bem a verdade subiu muita coisa. Tem gente que pode achar caro hoje a R$10, mas há dez meses atrás tava R$8, só que com o aumento do preço do pacote da vina e dos ingredientes, a gente tem que sempre presar pela qualidade [então precisa repassar esse aumento]. Sou grato a Deus e meus amigos clientes, que mesmo com essa crise financeira do país, eles me mantêm”, destacou Willian.

Apesar das dificuldades, quem quiser provar essa iguaria já sabe onde encontrar, a barraca permanece lá, no calçadão da Hugo Simas, todos os dias, das 10h às 19h, a espera dos “clientes amigos”. E aí, vai um cachorro-quente hoje?