Irmãos PMs de Guaratuba voltam a ser alvo de operação do Gaeco


Por Redação Publicado 09/10/2022 às 13h06 Atualizado 17/02/2024 às 19h01

O 2º sargento Ricardo Chiarello Marquesi e o soldado Rodrigo Chiarello Marquesi, irmãos policiais militares presos em 30 de agosto durante a Operação Fish, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Paraná (MPPR), com apoio da Corregedoria da Polícia Militar do Paraná, voltaram a ser alvo de mandados expedidos pela justiça (Juízo da Vara da Auditoria Militar), na última sexta-feira (7). Dessa vez, o Gaeco cumpriu sete mandados de busca e apreensão em Guaratuba, cidade onde os militares estão lotados, em um desdobramento da Operação Fish, que apura possíveis crimes praticados por eles.

De acordo com o Ministério Público, com o cumprimento das ordens judiciais, o Núcleo de Curitiba do Gaeco dá prosseguimento às apurações iniciadas na primeira fase da operação, em que, além da prisão dos irmãos, foram localizadas quantias em dinheiro, drogas, armas e munições ilegais em uma sala ocupada exclusivamente pela Rotam (Ronda Ostensiva Tática Metropolitana), também em um veículo estacionado no pátio da Companhia em Guaratuba. “Pelos fatos, foram presos e denunciados dois policiais militares. São apuradas possíveis práticas de abuso de autoridade, fraude processual, peculato e porte ilegal de armas e drogas. A partir dos mandados cumpridos nesta sexta-feira, em residências localizadas em Guaratuba, foram apreendidos aparelhos de telefone celular e equipamentos eletrônicos (notebooks, tablets, pendrives e Hds) que serão analisados no curso das investigações”, detalhou a assessoria de comunicação do MPPR.

O que diz a PM


No sábado (8), a Polícia Militar divulgou uma nota afirmando que os irmãos Ricardo e Rodrigo Chiarello Marquesi estão afastados das funções. “Em paralelo às investigações do Ministério Público, por meio do Gaeco, foi instaurado um Inquérito Policial Militar para apurar possíveis crimes cometidos pelos policiais militares. Os dois militares foram afastados das funções, proibidos de usar fardamento e armamento da corporação ou particular, tiveram suspensos logins e senhas de acesso aos sistemas de investigação policial e estão proibidos de manter contato com envolvidos das investigações, por qualquer meio. A Polícia Militar do Paraná não compactua com qualquer desvio de conduta de seus integrantes e todas as denúncias são investigadas para reestabelecer a verdade dos fatos”, disse o comunicado, sem esclarecer se, além do afastamento, os militares seguem presos.

Denúncia


Em 22 de setembro, o MPPR divulgou que apresentou denúncias por porte ilegal de armas, e que estas foram aceitas pela Vara da Auditoria da Justiça Militar, sediada na capital, contra os dois policiais militares que, naquela data, ainda estavam presos. Segundo o Gaeco, “as denúncias apontam que os réus tinham em suas casas, em compartimentos ocultos, armas irregulares e munições, incluindo pelo menos uma pistola com número de série suprimido. A situação indica possível utilização das armas e munições em fraude processual, situação que está sendo apurada pelo Gaeco. A operação foi desencadeada no dia 30 de agosto, com o cumprimento de quatro mandados de busca e apreensão (em Curitiba e Guaratuba) para apuração de possíveis práticas de abuso de autoridade, fraude processual, peculato e porte ilegal de armas e drogas. Na ocasião, foram apreendidas armas e munições, R$ 70 mil em dinheiro, um cheque de R$ 205 mil e drogas”, explicou o MPPR.