“Trabalho em conjunto é fundamental”, afirma Capitão Kamakawa

À frente do 9º Batalhão de Polícia Militar desde o início de 2015, o Capitão César Kamakawa concedeu entrevista exclusiva ao JB, onde falou dos principais desafios vividos pela instituição em Paranaguá. Das operações bem-sucedidas às adversidades ocasionadas pela falta de infraestrutura e efetivo humano, Kamakawa projeta um futuro mais favorável na área de segurança pública no município, que está prestes a completar 368 anos.
 

JB – Como o senhor vê o índice de criminalidade no litoral e em quais cidades a incidência é maior?

Kamakawa – Infelizmente, a tão propagada crise a nível nacional tem influenciado de maneira muito intensa os índices de criminalidade no litoral do Paraná. Digo isso porque, na maioria dos casos, as cidades da região vivem do comércio pontual, ou seja, aquele relacionado à temporada de verão ou a alguma data festiva. Esse tipo de situação, aliado ao fato de que muitas pessoas foram demitidas nos últimos meses ou trabalham na informalidade, faz com que os crimes aumentem. É claro que não se pode generalizar. Não é porque está desempregado, que pratica crimes. Mas este tipo de associação existe, sim. E em geral, estas pessoas querem lucrar de forma mais rápida e oportunista. Por isso vemos, comumente, roubos de celulares e outros tipos de aparelhos eletrônicos, sendo que as mulheres têm sido o alvo mais recorrente. Quanto a incidência, o número é maior em Paranaguá, até pelo número de habitantes.
 

JB – Qual análise você faz dos resultados obtidos pela PM na redução da criminalidade neste ano?

Kamakawa – Dentro das demandas e das situações criminosas arquitetadas nos últimos anos, a Polícia Militar tem conseguido dar uma resposta à sociedade. Contudo, é um serviço que não realizamos de forma isolada, pois temos o apoio da Polícia Civil, que é responsável pelo setor de investigação e pelos mandados de prisão em geral, como também da Guarda Civil Municipal de Paranaguá, que tem colaborado de forma proativa na redução da criminalidade. É uma trinca de trabalho em busca da minimização da criminalidade.
 

JB – A PM impediu todas as grandes tentativas de comércio do tráfico e todos os traficantes foram indiciados. Como está sendo feito este trabalho de grande eficiência?

Kamakawa – O tráfico de entorpecentes é considerado o pivô de outros crimes. É muito comum o usuário de drogas, na tentativa de satisfazer a sua dependência química, praticar roubos e furtos. Com a eficiência da PM, estamos tendo êxito na prisão destes elementos que, de forma natural, nos levam aos grandes comercializadores de drogas. Diante disso, estamos desencadeando de modo constante operações de abordagem e patrulhamento em todo o litoral, com o intuito de enquadrar estes criminosos.
 

JB – No caso das quadrilhas de roubos de cargas de fertilizantes que a PM vem conseguindo bons resultados na apreensão e prisões, qual é a fórmula de sucesso?

Kamakawa – O trabalho é feito em conjunto. Não existe nenhuma fórmula mágica. Nós identificamos os autores das vazadas que, em geral, são usuários de drogas e fazem estes atos em virtude da dependência química. Mas, através deles, conseguimos chegar às quadrilhas. Fazemos estes serviços em parceria com órgãos como a Polícia Civil, Instituto Ambiental do Paraná e Secretaria Municipal de Meio Ambiente.
 

JB – Paranaguá completa 368 anos. O que a cidade pode comemorar na área de segurança nesta data?

Kamakawa –  Enxergo de forma muito positiva o congraçamento entre as instituições de segurança pública. Isso é fundamental e motivo de comemoração para todos nós. Esta união nos permite projetar um futuro mais promissor nesta área e com a certeza de que, com a ajuda da comunidade e de cidadãos de bem, poderemos ter uma cidade cada vez melhor.