Errar é humano, mas na gestão pública é suspeito!


Por Redação JB Litoral Publicado 23/02/2015 às 11h00 Atualizado 14/02/2024 às 06h32

Toda e qualquer pessoa no mundo está sujeita ao erro, pois não somos máquinas e, às vezes, nos equivocamos em nosso trabalho. Mas, quando se trata da gestão pública, geralmente o erro pode ser suspeito e para isso foram criadas ferramentas para que a suspeição seja trocada pelo simples erro humano. Conhecemos isso por transparência. Neste mês o JB que não é especialista em licitação e compras públicas, através de um simples levantamento detectou absurdos em duas licitações milionárias que já estavam em curso na prefeitura, inclusive com os envelopes abertos das empresas da concorrência pública.

O montante de 17,5 milhões de sacos de lixo, 47,5 milhões de folhas de papel A-4 e rolos de papel higiênico com preço máximo definido pela prefeitura em 30% mais caro que o preço no varejo, mostrou que muita coisa estava errada no processo licitatório. Expostos os absurdos, a prefeitura cancelou os pregões destes produtos, mas sequer explicou o que ocorreu – se erro humano ou licitação fraudulenta. E não foi por falta de questionamento, pois o JB quis saber e não foi informado.
Até mesmo o Poder Legislativo, através dos vereadores da bancada de apoio ao prefeito não permitiu que a prefeitura explicasse o que ocorreu e derrubou um requerimento que assim obrigava. Porque não explicar e porque impedir que seja explicado? São perguntas que levantam suspeitas sobre os reais interesses destas licitações e mantém um perigoso ponto de interrogação no questionamento do vereador Adalberto Araujo durante a última sessão. E se o JB não mostrasse o erro, as licitações seguiriam seu curso normal?

São questões como essas que acabam ficando no ar que podem por tudo a perder numa administração e que a culpa, na maioria das vezes, não deve ser imputada ao prefeito. Afinal, não tem como controlar a índole e o caráter de alguns comissionados e servidores que defendem a famosa e nefasta “Lei de Gerson”.