Os trabalhadores têm o que comemorar?


Por Redação JB Litoral Publicado 27/04/2015 às 13h00 Atualizado 14/02/2024 às 07h38

Mais um dia 1º de Maio ocorre em todo o país e, tal qual sua origem americana, a eterna luta entre capital e trabalho abre novo round, desta vez com nocaute nos direitos conquistados ao longo de anos pelos trabalhadores brasileiros com a aprovação da terceirização.

Bons para poucos e possivelmente ruim para muitos, um novo leque de oportunidades para prestigiar a classe patronal e reduzir os ganhos dos assalariados surge no horizonte e acena para possíveis ondas de manifestações e conflitos na luta pela mão de obra.

A balança entre empregados formais e os terceirizados que pesam 30% em favor da modalidade de contratação aprovada pela Câmara Federal na semana passada, muito em breve se reverterá levando em conta os benefícios gerados, desnecessidade de encargos e leilão da mão de obra.

O argumento que a terceirização aumentará a oferta de empregos é válido na medida em que esses preços não virão acompanhados de bons salários e a necessária estabilidade ao trabalhador.

Felizmente algumas facções de trabalho foram retiradas desta triste sina, como os servidores que atuam nos poderes públicos e terão mantidos seus direitos assegurados desde a era de Getúlio Vargas.

Mas a capacidade do ser humano de se adaptar as mazelas que lhe são impostas no dia a dia é algo que impressiona a cada dia e o faz superar o imprevisto, o inusitado e o injusto.

Penso que aqueles que depositamos nossa confiança nas urnas precisam e devem pensar numa maneira de equilibrar essa balança antes que ela pese somente para a classe patronal e uma escravidão trabalhista disfarçada volte a reinar no país.

Precisamos voltar a comemorar o Dia 1º de Maio com esperança de um novo e melhor amanhecer.