Quando a educação esquece a razão!
Na edição passada, uma reportagem gerou polêmica na rede municipal de ensino e algumas diretoras sentiram-se injustiçadas com a exposição de uma triste realidade que há anos vem ocorrendo nas escolas e colégios: a inversão de papéis na direção das Associações de Pais e Professores de nossa cidade.
Não é de hoje que algumas direções insistem em exercer, de forma ilegal, a função das APPs. Na verdade, é algo que vai além da simples absorção do trabalho, indo parar no campo da arbitrariedade, como é o caso da direção da escola municipal Anibal Ribeiro Filho, que chega ao cúmulo de não permitir que a tesoureira e a presidente mantenham a posse do talão de cheques que elas próprias assinam.
Para piorar, chegou-se ao ponto de acontecer a retenção de documentos de trabalho da entidade na direção da escola, como se percebeu na entrega do tablet sorteado pela presidente Rosane e pelo vereador Maranhão, fruto de uma rifa para pagar despesas antigas da APP. O livro ata da associação teve que ser pego na secretaria para anotar a ganhadora. Um absurdo, já que o livro deveria estar com a Secretária Roseli, enquanto que o talão de cheque com a tesoureira Andreza ou a presidente Rosane.
Ao tomar conhecimento da reportagem na semana passada, a direção ao invés de entender seu papel e deixar com que as prerrogativas que cabem a APP fossem exercidas, preferiu revoltar-se contra a presidente e contra a reportagem do JB, segundo a secretária municipal de Educação, Hilda Werner. A secretária ainda informou que, apesar desse caso lamentável, há escolas que adotam uma postura coerente com relação à atuação da associação, o que gerou certa revolta por parte das diretoras, fato que é perfeitamente compreensível.
Porém, penso que as direções que agem da forma correta não deveriam sentir-se atingidas, mas sim as que deram conteúdo para as denúncias de Rosane.
Na reportagem de hoje, um pai de aluno denuncia o gasto de recursos públicos federais destinados a APP feitos de forma errada com grades no próprio Anibal, com total anuência da direção. O serviço não foi concluído e R$ 6 mil foram gastos indevidamente até o momento. E quem responderá por este desperdício de dinheiro público?
A direção que orçou e contratou o serviço mandou a presidente e tesoureira assinarem o cheque e pagou por um trabalho que não foi feito nem pela metade. Certamente não serão Rosane e Andreza que terão que se explicar na hora da prestação de contas. É assim que entendemos.