Leoas de Paranaguá: com equipe formada há um ano, meninas do Rio Branco Futsal Feminino já estão na Série Ouro do Paranaense

Uma equipe ainda muito recente, porém com a responsabilidade e o entrosamento de profissionais de longa data. Esse é o time feminino do Rio Branco Futsal, que surgiu em 2021 e, agora, em 2022, já conquistou o segundo lugar no Campeonato Paranaense de Futsal Feminino – Série Prata, garantindo o acesso à Série Ouro para o próximo ano.

A disputa aconteceu no sábado (19), em Apucarana, na última partida válida pelo torneio. As ‘leoas’ enfrentaram o time da casa e, apesar da derrota, fizeram história em 2022, alcançando destaque durante toda sua trajetória.

A equipe foi um ‘tiro certo’ do presidente Tiago Ferreira, juntamente com a Secretaria Municipal de Esportes de Paranaguá, que observaram que não só a cidade, como todo o Litoral, tinha grandes nomes no cenário esportivo do futsal. E, reunindo as melhores atletas da região, deram início ao projeto.

Desde então, o Rio Branco Futsal Feminino é o primeiro time a participar do Campeonato Paranaense e, já na temporada de 2022, conquistou o acesso à Série Ouro, para 2023. A professora e técnica da equipe, Carolina Oliveira, está com as meninas desde 2021, quando recebeu o convite para compor a comissão como preparadora física. No início da temporada deste ano ela tomou a frente como técnica.

“Iniciamos a temporada de 2022 com 16 atletas e hoje o grupo reduziu para 10. Infelizmente isso ocorreu de acordo com as necessidades das meninas, pois elas trabalham no período comercial e isso gera um desconforto, cansaço e algumas foram abdicando do projeto”, comenta Carolina.

Planos para o futuro

Apesar do desfalque, no curto período, as meninas conseguiram conquistar o vice-campeonato dos Jogos Abertos 2021 e 2022; primeiro lugar na Copa Futsal Feminina GTBA TELECOM e, agora, o vice-campeonato do Paranaense – Série Prata 2022.

Para 2023, a técnica conta que o plano é imergir o Rio Branco Futsal Feminino dentro das melhores competições. “Claro que é um desafio muito grande, mas com um bom planejamento e com a expectativa que teremos apoiadores para o ano que vem, tenho certeza que Paranaguá estará nas melhores competições”, comenta.

Outro plano futuro é incluir no projeto feminino a categoria de base. Carolina destaca que as atletas já têm visibilidade e inspiram as novas gerações, por isso, pretende, em breve, trabalhar com as crianças e adolescentes. “Elas serão o futuro do futsal feminino na cidade”, diz.

Orgulhosa, ela reforça que o Rio Branco Futsal Feminino veio para mostrar que a representatividade feminina no esporte deve ser valorizada e, acima de tudo, respeitada. “Vale ressaltar que uma mulher à frente de uma equipe já é uma representatividade grande para este cenário, pois as mulheres de hoje se mostram tão competitivas quanto os homens e, consequentemente, garantimos grandes efeitos nos esportes. A participação delas é a quebra de preconceitos e barreiras que elas sofrem diariamente”, comenta.

Luta por igualdade

Contudo, ela ressalta que as mudanças no cenário esportivo, com a conquista e valorização feminina e, sobretudo, a quebra de preconceitos, ainda são lentas. “Na própria mídia comparamos as aparições entre homens e mulheres, e homens aparecem muito mais em reportagens quando se trata de esportes”, lamenta.

Mas a técnica garante que as mulheres continuarão lutando para conquistar seu devido espaço na mídia e na sociedade para o cenário esportivo. “Sabemos que essa luta não para, pois nossas atletas vêm buscando esse espaço, incentivando e inspirando as novas gerações de meninas e adolescentes para que elas desejem estar, também, futuramente dentro do esporte”, avalia.

Atualmente, a equipe se mantém com o apoio dos órgãos públicos, como a Secretaria Municipal de Esportes e do próprio prefeito Marcelo Roque (Podemos). Além disso, na temporada de 2022, três patrocinadores apoiaram o time: Academia Liv, Clínica São Lucas e Hospital Paranaguá.

“Eles foram imprescindíveis para a temporada. Gostaria de agradece-los desde já pelo compromisso conosco e por olhar o esporte de alto rendimento feminino como tende a ser; valorizado e respeitado”, diz a técnica. Carolina ainda informa que aqueles que tiverem interesse em conhecer o projeto e os planos para 2023, podem entrar em contato com ela.

Meninas de ouro

Uma das jogadoras do Rio Branco Futsal Feminino é Dariele Bradoski. Ela define a equipe como uma família. “Nos tornamos uma família em busca dos mesmos objetivos, e foi assim que conseguimos conquistar tudo o que almejamos esse ano. Com isso, abrimos portas para novos apoiadores; quem viu nossa trajetória e tudo o que fizemos sabe o quão forte é o futsal feminino na nossa cidade”, diz.

Dariele destaca que não é em vão que em 2023 o time fará parte da elite do futsal feminino. “Hoje me sinto realizada com o futsal. Já joguei por vários times e meu sonho é colocar o Rio Branco e Paranaguá o mais alto possível, onde realmente merecemos estar”, comenta.

A jogadora Perola Aloha também conta ao JB Litoral sobre o orgulho de participar da equipe. “Sou muito feliz por participar dessa equipe e dessa história junto com o Rio Branco e Paranaguá, mostrando a força que o futebol e o futsal têm na cidade, com meninas e mulheres guerreiras, de muito talento e comprometidas, que formaram um laço na conquista desse objetivo”, diz.

Abrindo portas

Bastou o apoio de alguém que acreditasse nas meninas para que, de dentro das quadras, elas fizessem o trabalho que era necessário, passo a passo, meta por meta. “Ver essa evolução me faz sentir muito orgulho. Terminar o ano com o dever cumprido é a felicidade de todas nós. Tudo com muita dedicação luta, garra, união e pé no chão. Foi através dessa dedicação e união que conquistamos um espaço inédito no cenário do futsal feminino na cidade, que quebramos barreiras e tabus, mostrando mais uma vez que lugar de mulher é onde ela quiser”, afirma.

Para Perola, seu sonho na vida profissional como esportista é colocar a mulher em um cenário respeitoso e de igualdade no futsal. “Sonho em abrir portas para um novo futuro a todas aquelas que acreditam e sonham com isso. E, desta forma, hajam apoiadores e que elas conquistem algo maior em suas vidas, como uma renda, uma formação profissional, uma faculdade, por exemplo”, conclui.