Com o melhor janeiro da história, Portos do Paraná fecham o mês com 4,15 milhões de toneladas de cargas transportadas


Por Redação Publicado 10/02/2022 às 10h26 Atualizado 17/02/2024 às 01h35

Com dados de um levantamento do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), o governo do estado divulgou, na semana passada, que as exportações cresceram 17% em 2021 no Paraná. Foram US$ 19 bilhões em produtos transportados para o mercado externo, frente aos US$ 16,2 bilhões de 2020. Já as importações aumentaram 42%, de US$ 11,8 bilhões para US$ 16,9 bilhões. Os números resultaram em uma balança comercial positiva, com saldo de US$ 3,1 bilhões.  

O fechamento de janeiro demonstrou que a tendência é de manutenção desse crescimento, pios o volume movimentado nos portos de Paranaguá e Antonina foi 15% maior do que janeiro de 2021, com 4,15 milhões de toneladas de cargas transportadas, contra os cerca de 3,6 milhões do mesmo período do ano passado, sendo o melhor janeiro da história dos portos.

No balanço das exportações de 2021, a liderança dos produtos foi de soja em grãos, com US$ 4,6 bilhões movimentados / Foto: Claudio Neves / Portos do Paraná

A Portos do Paraná tem seis diretorias, que são subordinadas ao diretor-presidente, Luiz Fernando Garcia da Silva. O único parnanguara dos sete é o diretor de Desenvolvimento Empresarial, André Pioli. Formado em jornalismo e especializado em ciências políticas e comunicação empresarial, o diretor já foi repórter e apresentador de TV. Também atuou como secretário executivo na Câmara Federal e consultor em comunicação do Terminal Ponta do Félix, em Antonina. Atualmente, é empresário e um “inquieto” por natureza. O JB Litoral conversou com André Pioli para conhecer melhor o trabalho da diretoria e as perspectivas para este ano.  

JB Litoral – Único parnanguara entre os diretores da Portos. A origem é um ponto que facilita a interlocução entre os diversos segmentos (operadores, TPAs, governos municipais no litoral e segmentos sociais) e a Portos do Paraná?

André Pioli – Sem dúvida, entender nossa cidade, a logística e o funcionamento de toda região portuária facilita o diálogo entre todos os agentes. Eu diria até que falar com o mesmo sotaque faz diferença, faz com que todos se sintam mais à vontade. Apesar de nossa cidade ser grande na importância, não é tão grande no tamanho, por aqui todos se conhecem, pertencem a famílias que interagem e se respeitam por gerações.

JB Litoral – O senhor teve atuação direta no resgate das visitas técnicas ao porto, que havia sido suprimida na gestão anterior. Na sua opinião, trazer a comunidade para conhecer esse “mundo” portuário ajuda na compreensão da importância do Porto para a economia do estado e dos municípios da região?

André Pioli – É interessante que todos ligados à cadeia portuária e que moradores de Paranaguá tenham ao menos uma noção de como o porto opera, como acontece a movimentação dentro da faixa, que conheçam os números de importação e exportação e como são coordenados nossos programas ambientais. Só assim entenderão a importância do porto, os empregos que ele gera direta e indiretamente e as divisas que ele gera ao país.    

JB Litoral – Mais de 70% das exportações de óleo de soja saem de Paranaguá. A quais motivos o senhor atribui esse crescimento tão expressivo em 2021 e quais as perspectivas para 2022, no âmbito de sua diretoria?

André Pioli – Eu atribuo esse aumento de 34% nas exportações de óleo de soja à eficiência não apenas da Gestão Portuária, mas, principalmente, dos terminais. Aqui no Porto de Paranaguá, os terminais e operadores de líquidos são altamente capacitados e oferecem serviços e estrutura de excelência. Além do óleo de soja, Paranaguá tem capacidade para operar líquidos como álcool e derivados de petróleo. Investimentos internos e externos permitem a expansão da área de tancagem, modernização dos sistemas de tubulações e bombeamento.

A parceria público-privada, aqui nos portos do Paraná, contribui muito para os resultados que alcançamos. Da nossa parte, destaco a derrocagem das partes rasas da Pedra da Palangana, a manutenção permanente do canal de acesso e a desburocratização, que garantem segurança jurídica para os clientes dos terminais operarem por aqui.

No fim do ano passado, o Conselho de Administração (CONSAD) da Portos do Paraná aprovou o Plano e o Mapa Estratégico 2022-2027. O documento traça os objetivos a médio prazo da empresa pública e conta com o apoio de todos os setores e diretorias da organização. Com a aprovação, a instituição passa a contar pela primeira vez com um amplo estudo que vai balizar as principais decisões para os próximos anos.

JB Litoral – Já foram diversas viagens, algumas para o exterior, tratando assuntos de sua área. Quais os planos para 2022 para além das divisas do PR e das fronteiras brasileiras?

André Pioli – Esta semana que entra viajo com o presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia, para o Show Rural Coopavel 2002, em Cascavel, com presença confirmada do governador Carlos Massa Ratinho Júnior.

Também vamos participar da 26ª edição da Intermodal, a segunda maior feira do mundo e a primeira da América Latina com foco em Logística, Intralogística, Transporte de Carga e Comércio Exterior, de 15 a 17 de março, em São Paulo.

Estamos ainda estudando participação da Portos do Paraná na Logistique – Feira de Logística e Negócios Multimodal, prevista para acontecer no segundo semestre, em Joinville; e no Fórum Nacional Brasil Export, agendado para outubro em Brasília, com seis edições regionais: Sudeste Export, Santos Export, Sul Export, Norte Export, Nordeste Export e Centro Oeste Export.

JB Litoral – O senhor fala que é da geração que tem pressa, que faz o futuro agora, de forma mais plural. Faz parte desse pensamento o constante aperfeiçoamento profissional, a exemplo da formação recente em gestão de portos, em uma universidade internacional? Quais as próximas metas?

André Pioli – Aprender é evoluir e evoluir é buscar novos caminhos, novas fórmulas para se fazer, muitas vezes a mesma coisa, só que de um jeito melhor, mais eficiente e produtivo. A área portuária, por mais que você esteja inserido nesse universo, é muito dinâmica, é vasta, requer aprendizado diário em todas as suas vertentes.

Para o gestor, para aquele que participa das decisões, não existe mais espaço para “achismos”. É preciso saber o que fazer antes do fato, e isso, somente o conhecimento acadêmico, técnico e empírico pode proporcionar. O bom gestor não é um gerenciador de crises, ele evita que elas aconteçam.

Fora as metas já traçadas pelo Plano e o Mapa Estratégico 2022-2027, pretendemos a cada dia valorizar mais a relação entre o porto e a cidade. O porto não vive sem a cidade e a cidade sem o porto. As pessoas trabalham no porto e vivem da economia portuária, mas precisam ter uma boa e saudável vida na cidade.