Como está o controle de pombos, ratos e outros vetores no porto de Paranaguá


Por Redação Publicado 10/05/2021 às 22h27 Atualizado 16/02/2024 às 01h46
dengue

Por Katia Brembatti

Para ter autorização de funcionamento, um porto precisa tomar uma série de medidas que vão além do transporte de cargas – sua atividade-fim. Garantir a saúde e a qualidade de vida de quem trabalha no local e, também, dos moradores do entorno, está entre as responsabilidades. No caso do porto de Paranaguá, as exigências ambientais incluem o controle de vetores – assim chamados por serem “canais” para a transmissão de doenças. 

No momento em que a cidade experimenta uma grande quantidade de casos de dengue, a empresa pública Portos do Paraná informa que faz um trabalho na área portuária para combater focos do mosquito Aedes aegypti. O gerente de Meio Ambiente, Thales Trevisan, comenta que é feita a aplicação de larvicidas para impedir a proliferação. Profissionais com bomba costal (um aplicador acoplado ao corpo) percorrerem diversos pontos, periodicamente, para fazer o combate.

A presença de pombos, também, é alvo de atenção. O gerente explica que o porto não tem autorização de órgãos ambientais para fazer o abate e, portanto, resta investir em ações que possam reduzir a quantidade a partir de medidas, como a retirada de ninhos e ovos e a colocação de telas para evitar que encontrem abrigo. O pombo-comum (Columba livia) representa um risco para a população. Nas fezes dessa ave há, geralmente, um fungo chamado de Cryptococcus que dá nome à doença criptococose, muitas vezes confundida com tuberculose. Para diminuir as chances de contaminação, funcionários fazem a raspagem das fezes dessas aves.

No porto, novas varredeiras melhoram a qualidade do meio ambiente e de trabalho. Foto/Appa

A Portos do Paraná garante que a população de pombos está controlada. A estimativa mais recente, de março, indica que são cerca de 2 mil na área portuária – e a tendência é de queda nos próximos meses, já que são mais abundantes em períodos quentes. Thales Trevisan destaca que um conjunto de ações também contribui para a diminuição, como a varrição constante para reduzir a oferta de comida, principalmente grãos. 

O Programa de Controle da Proliferação de Vetores inclui, ainda, o combate a roedores. Pela área do porto estão espalhadas cerca de 200 armadilhas (porta-iscas), georreferenciadas, com manutenção diária. As equipes lidam, igualmente, com himenópteros (abelhas e vespas) e quirópteros (morcegos). O gerente esclarece que esse trabalho é uma exigência dos órgãos ambientais, mas principalmente uma medida tomada para assegurar mais saúde e qualidade de vida na região portuária.

Porto de Paranaguá estuda criar usina de biogás, para gerar a própria energia a partir de resíduos

Barcos atracados danificam trapiches da Ilha do Mel que nem foram inaugurados; fiscalização vira jogo de empurra-empurra