Em dois dias de programação, Sul Export abordou temas desde logística à atividade portuária
Com representantes regionais e nacionais, entre autoridades da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Ministério de Portos e Aeroportos, empresários e entidades de classe, além de ministros do Tribunal Superior do Trabalho (TST), foi realizado, nesta segunda (10) e terça-feira (11), o Sul Export – Fórum Regional de Logística, Infraestrutura e Transportes. O evento é uma das etapas regionais que acontecem antes do encontro nacional, o Fórum Brasil Export, a ser realizado em Brasília, no mês de outubro.
In loco
No primeiro dia do evento, as atividades ficaram concentradas em Paranaguá, onde 80 participantes do evento realizaram uma visita técnica à sede administrativa da Portos do Paraná e conheceram as instalações portuárias na cidade.
O CEO do Fórum Brasil Export, Fabrício Julião, foi um dos que participou da programação e ressaltou a estrutura do Porto de Paranaguá. “É um porto de relevância para a balança comercial do país, principalmente na questão de grãos. Por isso, é importante a visita técnica”, disse Julião.
A programação também contou com um passeio na Baía de Paranaguá e visita à Paranaguá Pilots, sede da praticagem, ponto destacado pelo ministro do TST, Breno Medeiros.
“Para nós, que julgamos causas trabalhistas envolvendo portuários, é importante conhecer pessoalmente como funciona a relação entre todos os segmentos. Conhecer como funciona a relação entre portuário, operador portuário, autoridade portuária e o OGMO”, explicou o ministro.
Troca de informações
Já o segundo dia do Sul Export ocorreu em Curitiba, no Hotel Bourbon, localizado no Centro da capital. Ao longo desta terça-feira (11), os participantes puderam acompanhar a apresentação de cinco painéis, dos quais o Paraná foi destaque em três.
No primeiro deles, com o tema “Acesso aquaviário aos portos da região Sul e o estágio da concessão do canal de navegação dos portos do Paraná”, um dos debatedores foi o diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia, que conversou com o JB Litoral.
O modelo paranaense de concessão marítima, que é uma proposta inédita, prevê que a iniciativa privada faça investimentos em serviços de dragagem, derrocagem, sinalização, batimetria, programas e monitoramentos ambientais.
“O projeto de concessão deve ir em breve à consulta pública. Esse processo é fundamental para a segurança da navegação, pois vai proporcionar a chegada de grandes navios com mais agilidade”, disse Garcia.
O que muda
De acordo com a Portos do Paraná, o objetivo principal de promover a concessão é ampliar o calado no Canal da Galheta, que tem cerca de 22,6 quilômetros de extensão e dá acesso aos portos de Paranaguá e Antonina. Atualmente, a profundidade máxima para a entrada dos navios é de 12,8 metros. A previsão é passar para 13,3 metros ainda na fase de implantação e chegar a 15,5 metros após a concessão.
Ao todo, os investimentos previstos somam R$ 1,05 bilhão – R$ 251 milhões até o segundo ano e R$ 797 milhões até o quarto. A concessão estudada é parcial, com um modelo híbrido de julgamento: maior desconto sobre a tarifa e maior valor de oferta.
Melhorias também por terra
Os outros dois painéis em que o Paraná também foi destaque abordaram os acessos terrestres aos portos da região Sul, por malha rodoviária e ferroviária, com a conexão Nova Ferroeste-Moegão. Nas apresentações, os debatedores citaram a concessão de parte da BR-277, principal acesso a Paranaguá, que vai a leilão em setembro na B3, com pista triplicada no sentido porto.
Em relação à Nova Ferroeste-Moegão, os projetos do governo do estado pretendem ampliar o ramal ferroviário de Paranaguá até Maracaju, no Mato Grosso do Sul, além de reorganizar o fluxo de vagões.
Os portos paranaenses ainda estiveram no painel “Boas práticas na gestão dos portos delegados para o desenvolvimento econômico da região”, com a apresentação do secretário nacional de Portos, Fabrizio Pierdomênico. “O Paraná é referência em boa gestão, sendo premiado por três anos seguidos no Índice de Gestão das Autoridades Portuárias, que é uma ferramenta do Ministério de Portos e Aeroportos e funciona como um ranking dos melhores do Brasil”, avaliou.
Para o diretor empresarial da Portos do Paraná, André Pioli, o evento também proporcionou que o mercado tenha uma outra visão sobre os portos do estado.
“Sediar um evento como esse é muito importante, porque o Paraná vem se destacando no Brasil e faz com que as empresas que operam no ramo portuário tenham um olhar diferenciado para os portos do Paraná. O Sul Export traz muito conhecimento de ponta a ponta, desde o setor logístico a todos os que envolvem a atividade portuária, então colabora com os portos do Paraná e com a nossa cidade”, disse Pioli ao JB Litoral.
