Fuligem põe em risco exportação de carros pelo Porto de Paranaguá

Pátio fica a poucos metros da indústria da COAMO. Foto:JB

Localizada a poucos metros da redação do JB que, há anos, sente o reflexo de conviver próximo do seu complexo industrial, a possível emissão de fuligem da COAMO Agropecuária, pode estar colocando em risco a movimentação de veículos pelo Porto de Paranaguá, em razão da sujeira nos carros estacionados nos pátios das empresas instaladas a alguns metros da fábrica.     

A intensa movimentação de veículos da Volkswagen e Mercedes Benz, além de outras marcas para exportação no Bairro da Costeira, divide o mesmo espaço da fábrica da COAMO que, diariamente emite gases na atmosfera que podem estar carregados de picumã e acabam se alojando nas estruturas dos milhares de carros estacionados nos dois pátios, localizados a menos de 200 metros.
 

Empresa montou um lava car no pátio. Foto:JB

No sábado (12) a reportagem observou que, no pátio da Volkswagen, há um grande número de veículos sujos de poeira, situação esta que também ocorre na área de estacionamento da Mercedes Benz, que fica ao lado da COAMO. Neste último, a reportagem registrou o momento em que funcionários lavavam os carros numa espécie “lava-car”, certamente para retirar a fuligem que os cobria e serem levados aos porões dos navios.

Um funcionário, que ajudava na limpeza, disse que o problema com a poeira afeta todo mundo e que o jeito é lavar antes de embarcar e evitar problemas nos países que os receberão.

Sem movimento de embarque no pátio da Volkswagen, o JB procurou falar com um representante da empresa, mas não havia nenhum deles no momento.
 

O que é o picumã

Vale destacar que picumã é a mesma coisa que fuligem, cinza e poeira, segundo a lexicografia da Língua Portuguesa.

 Trata-se de um dos poluentes na atmosfera, gerador da poluição ambiental, provocada basicamente por duas fontes: estacionárias e móveis.

Fonte estacionária é o que caracteriza uma situação que pode estar ocorrendo na COAMO, pois se trata das chaminés das fábricas e a queima de óleo cru nas indústrias. Por sua vez, fontes móveis são os diversos meios de transporte, dos quais os caminhões, ônibus e automóveis são os mais significativos.

A grande maioria dos ambientalistas considera que os automóveis e as indústrias são os principais poluidores do ar nas grandes cidades.

Estas fontes se dividem em cinco diferentes tipos de poluentes na atmosfera. São elas: Partículas Totais em Suspensão (PTS), Dióxido de Enxofre (SO2), Óxidos de Nitrogênio (NOx), Monóxido de Carbono (CO), Ozônio (O3) e Partículas Inaláveis(PM10).  Esta última pode ser a que fica na estrutura dos veículos nos pátios das empresas, uma vez que são partículas de material sólido ou líquido que ficam suspensas no ar, na forma de poeira, neblina, aerossol, fumaça, fuligem, entre outros.

As principais fontes PM10 são processos de combustão (indústrias e veículos automotores), aerossol secundário (formado na atmosfera), pólen, aerossol marinho e solo.
 

JB não encontrou representantes
 

Na quinta-feira (10), antes de fazer os registros fotográficos, a reportagem procurou a COAMO alertando que atenderia uma denúncia repassada à redação e pediu para falar com um representante para expor a situação e saber a versão da Cooperativa sobre o assunto nesta mesma reportagem.

Porém, a pessoa que atendeu informou que Frederico Gabriel de Barros Bernardino, Chefe do Departamento Administrativo da empresa, o qual poderia se manifestar sobre o assunto, estava em viagem e chegaria hoje (14) e, da mesma forma, que Alexandre Cruzes, Gerente da Coamo que também não se encontrava na empresa. Mesmo assim, a atendente disse que ia repassar o assunto e, se houvesse tempo ou interesse, eles retornariam. Entretanto, até o fechamento desta edição nenhum dos dois deram retorno. Nesta semana, o JB tornará a procurá-los para saber a versão da COAMO sobre o assunto. Da mesma forma que procurará os representantes da Volkswagen ou seus operadores para saber desta situação.