Grupo de escoteiros de Antonina fará nova sede náutica em terreno cedido pela Portos do Paraná


Por Flávia Barros Publicado 07/01/2023 às 17h03 Atualizado 18/02/2024 às 02h12

Recuperar uma área portuária de mil metros quadrados que já não tem as características necessárias para operar grandes embarcações e abrigar no local a sede de um projeto social que vai atender até 80 crianças e jovens, nas áreas de educação pelo esporte, profissionalização e conscientização ambiental. As duas coisas serão possíveis graças à assinatura do termo de cessão de uso de uma área no Porto Público Barão de Teffé, em Antonina, entre a Portos do Paraná e o Grupo Escoteiro do Mar Antonina. A reunião que oficializou a transação para instalação de uma sede náutica do Grupo Escoteiro, onde irá funcionar também a Escola do Mar Liberdade, ocorreu na última quinta-feira (5), na sede administrativa da empresa pública, em Paranaguá.

NEGOCIAÇÃO

De acordo com o Presidente do Grupo Escoteiro, João Basílio Pereima, o termo de cessão foi um longo processo de negociação e atendeu a um conjunto complexo de legislação pública, normas de publicização e de operações portuárias. A área ficará cedida ao Grupo Escoteiro por 20 anos, com possibilidade de prorrogação.
No novo espaço, a história da vela no Paraná, do Porto Barão de Teffé, da APPA e de Antonina se juntam com modernas propostas de desenvolvimento e oferecem à comunidade um conjunto inédito e inovador de oportunidade de desenvolvimento pessoal pelo esporte, pela profissionalização e integração com o meio ambiente que de outra forma estes jovens não teriam na vida“, disse o presidente do grupo.

O QUE TERÁ

No novo espaço está prevista a construção de infraestrutura náutica com espaço para guardaria de embarcações (grupo possui 30 embarcações), alojamentos para até 80 escoteiros/atletas, refeitório, chuveiros e dormitórios, salas de treinamento e espaço para eventos. Segundo informado ao JB Litoral, as instalações seguirão princípios modernos de construção e operação incluindo geração solar de energia elétrica e sistema de tratamento de água e esgoto baseados em zoneamento por raízes (wetland).
Trata-se de um projeto inédito e de grande impacto, que irá ao mesmo tempo projetar a Vela do Paraná no cenário nacional e mais importante ainda, promover a inclusão social de inúmeros jovens da comunidade. Além disso o projeto será pioneiro na revitalização de uma área portuária, que por condições de assoreamento e calado, não viabiliza mais a navegação de cabotagem“, explicou João Basílio Pereima.

CAPACIDADE E PRAZOS

Atualmente o grupo escoteiro atende 40 crianças e jovens da comunidade, entre 7 e 21 anos de idade. O novo espaço irá dobrar a capacidade podendo chegar a 80 crianças e jovens. No novo espaço, também acontecerão eventos escoteiros, esportivos e ambientais. O presidente do grupo escoteiro detalhou os prazos do projeto.
Em 90 dias devemos ter uma infraestrutura básica para começar operar, e em dois anos ter o projeto completo, com 800m² de área construída. Nosso objetivo é terminar tudo até o final de 2024“, finalizou o presidente, em conversa com o JB Litoral.
O acordo que possibilita a construção e recuperação da área foi assinado pelo diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia da Silva; o diretor de Meio Ambiente, João Paulo Ribeiro Santana; o presidente do grupo escoteiro, João Basilio Pereima; o comandante da Capitania dos Portos do Paraná, André Luiz Morais de Vasconcelos; e o Prefeito de Antonina, José Paulo Vieira Azim.
Os portos em Paranaguá e Antonina estão ligados diretamente à geração de emprego e renda nos municípios do Litoral do Estado. Desta vez, estamos realizando uma ação direta com fim social, que estreita ainda mais a relação porto-cidade e contribui com o desenvolvimento dos jovens paranaenses”, disse o diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia, durante a assinatura do termo.

RELAÇÃO HISTÓRICA

O Grupo Escoteiros do Mar e a Portos do Paraná têm uma relação histórica, pois em 1941 os Escoteiros de Antonina salvaram o Porto Público Barão de Teffé da falência quando um grupo de cindo escoteiros percorreu 1,5 mil quilômetros a pé, até o Rio de Janeiro, para levar uma carta ao então presidente Getúlio Vargas, que havia decretado o encerramento das operações de duas companhias de navegação. O objetivo dos escoteiros foi cumprido: o pedido de não encerrar as atividades das companhias foi aceito e o porto salvo pela ação dos jovens.