Grupo de escoteiros de Antonina fará nova sede náutica em terreno cedido pela Portos do Paraná
Recuperar uma área portuária de mil metros quadrados que já não tem as características necessárias para operar grandes embarcações e abrigar no local a sede de um projeto social que vai atender até 80 crianças e jovens, nas áreas de educação pelo esporte, profissionalização e conscientização ambiental. As duas coisas serão possíveis graças à assinatura do termo de cessão de uso de uma área no Porto Público Barão de Teffé, em Antonina, entre a Portos do Paraná e o Grupo Escoteiro do Mar Antonina. A reunião que oficializou a transação para instalação de uma sede náutica do Grupo Escoteiro, onde irá funcionar também a Escola do Mar Liberdade, ocorreu na última quinta-feira (5), na sede administrativa da empresa pública, em Paranaguá.
NEGOCIAÇÃO
De acordo com o Presidente do Grupo Escoteiro, João Basílio Pereima, o termo de cessão foi um longo processo de negociação e atendeu a um conjunto complexo de legislação pública, normas de publicização e de operações portuárias. A área ficará cedida ao Grupo Escoteiro por 20 anos, com possibilidade de prorrogação.
“No novo espaço, a história da vela no Paraná, do Porto Barão de Teffé, da APPA e de Antonina se juntam com modernas propostas de desenvolvimento e oferecem à comunidade um conjunto inédito e inovador de oportunidade de desenvolvimento pessoal pelo esporte, pela profissionalização e integração com o meio ambiente que de outra forma estes jovens não teriam na vida“, disse o presidente do grupo.
O QUE TERÁ
No novo espaço está prevista a construção de infraestrutura náutica com espaço para guardaria de embarcações (grupo possui 30 embarcações), alojamentos para até 80 escoteiros/atletas, refeitório, chuveiros e dormitórios, salas de treinamento e espaço para eventos. Segundo informado ao JB Litoral, as instalações seguirão princípios modernos de construção e operação incluindo geração solar de energia elétrica e sistema de tratamento de água e esgoto baseados em zoneamento por raízes (wetland).
“Trata-se de um projeto inédito e de grande impacto, que irá ao mesmo tempo projetar a Vela do Paraná no cenário nacional e mais importante ainda, promover a inclusão social de inúmeros jovens da comunidade. Além disso o projeto será pioneiro na revitalização de uma área portuária, que por condições de assoreamento e calado, não viabiliza mais a navegação de cabotagem“, explicou João Basílio Pereima.
CAPACIDADE E PRAZOS
Atualmente o grupo escoteiro atende 40 crianças e jovens da comunidade, entre 7 e 21 anos de idade. O novo espaço irá dobrar a capacidade podendo chegar a 80 crianças e jovens. No novo espaço, também acontecerão eventos escoteiros, esportivos e ambientais. O presidente do grupo escoteiro detalhou os prazos do projeto.
“Em 90 dias devemos ter uma infraestrutura básica para começar operar, e em dois anos ter o projeto completo, com 800m² de área construída. Nosso objetivo é terminar tudo até o final de 2024“, finalizou o presidente, em conversa com o JB Litoral.
O acordo que possibilita a construção e recuperação da área foi assinado pelo diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia da Silva; o diretor de Meio Ambiente, João Paulo Ribeiro Santana; o presidente do grupo escoteiro, João Basilio Pereima; o comandante da Capitania dos Portos do Paraná, André Luiz Morais de Vasconcelos; e o Prefeito de Antonina, José Paulo Vieira Azim.
“Os portos em Paranaguá e Antonina estão ligados diretamente à geração de emprego e renda nos municípios do Litoral do Estado. Desta vez, estamos realizando uma ação direta com fim social, que estreita ainda mais a relação porto-cidade e contribui com o desenvolvimento dos jovens paranaenses”, disse o diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia, durante a assinatura do termo.
RELAÇÃO HISTÓRICA
O Grupo Escoteiros do Mar e a Portos do Paraná têm uma relação histórica, pois em 1941 os Escoteiros de Antonina salvaram o Porto Público Barão de Teffé da falência quando um grupo de cindo escoteiros percorreu 1,5 mil quilômetros a pé, até o Rio de Janeiro, para levar uma carta ao então presidente Getúlio Vargas, que havia decretado o encerramento das operações de duas companhias de navegação. O objetivo dos escoteiros foi cumprido: o pedido de não encerrar as atividades das companhias foi aceito e o porto salvo pela ação dos jovens.