Porto de Paranaguá é um dos mais seguros do mundo; seis terminais privados também cumprem os requisitos


Por Luiza Rampelotti Publicado 29/03/2023 às 13h22 Atualizado 18/02/2024 às 08h00

Desde maio do ano passado, o Porto de Paranaguá integra o seleto ranking de portos mais seguros do mundo, após receber a certificação entregue pela Comissão Nacional de Segurança Pública nos Portos, Terminais e Vias Navegáveis (Conportos), válida por cinco anos. Administrado pela empresa pública Portos do Paraná, o porto parnanguara foi o primeiro terminal público do Brasil a receber a certificação definitiva.

Para implantar as normas, a empresa afirma que foram investidos recursos próprios na instalação dos equipamentos exigidos e na aplicação de procedimentos de controle de acesso e monitoramento. De acordo com a Portos do Paraná, são mais de 500 câmeras programáveis, incluindo equipamentos móveis que captam imagens em 360 graus e têm alcance superior de dois quilômetros.

O Porto de Paranaguá também possui balanças rodoviárias nos portões de acesso, sistema eletrônico para leitura de código de barras, cercas, área exclusiva para a Polícia Federal, gerador de energia e sistema de iluminação na área primária, nos silos públicos, no corredor de exportação, além da oficina, da sede administrativa e seus anexos.

Mas como quem faz o porto parnanguara são, também, as empresas que operam nele, elas também necessitam se enquadrar nas normas internacionais de segurança.

Terminais já certificados


Desta forma, desde 2022, seis terminais portuários já receberam a declaração de cumprimento de normas internacionais de segurança. O documento, entregue para a Cattalini Terminais Marítimos, Interalli Grãos, Fospar S.A. (as três receberam em abril de 2022), Coamo Agroindustrial Cooperativa, Cotriguaçu Cooperativa Central e Pasa – Paraná Operações Portuárias S.A. (estas receberam na quinta-feira, dia 23 de março), também é emitido pela Conportos.

Na prática, o documento certifica que as empresas estão de acordo com o Código Internacional para Proteção de Navios e Instalações Portuárias (ISPS Code, em inglês). Com o atestado em mãos, as companhias podem oferecer uma garantia a mais para importadores e exportadores.

Esse código, além de certificar que se trata de uma instalação portuária segura, demonstra que a empresa se preocupa em todos os aspectos, a respeito de tecnologia da informação também, e não só a segurança física das instalações. Essa certificação dá maior credibilidade e segurança para quem negocia com eles e facilita também a exportação, a importação. É um selo de qualidade a mais que eles têm”, explica Bruno Bassani Rebelo, delegado da Polícia Federal e coordenador titular da Comissão Estadual de Segurança Pública nos Portos, Terminais e Vias Navegáveis do Paraná (Cesportos).

De acordo com o coordenador de Segurança da Unidade Administrativa de Segurança Portuária (UASP) da Portos do Paraná e membro da Cesportos, Ivan Plantes Machado, as seis empresas atenderam a todos os pré-requisitos do ISPS Code e da Conportos referente à segurança portuária. “São mais de 200 itens checados nas auditorias. Isso tudo é válido para acordos internacionais de importação e exportação e significa que as empresas estão seguras para fazer essa operação de comércio exterior. Isso é uma garantia de que o terminal é seguro”, destaca.

No ano passado, Cattalini, Interalli e Fospar já haviam conquistado a declaração. Foto: Portos do Paraná

Trabalho conjunto


Fábio Martins Jorge, controller da Catallini, afirma que a empresa é a primeira do Paraná e uma das primeiras do Brasil a ser aprovada na resolução 53 da Comissão. “Tivemos um bom trabalho conjunto com a Portos do Paraná, Receita Federal, Polícia Federal, Agência Nacional de Transportes Aquaviários e Capitania dos Portos”, disse.

Já para o gerente de Operações do terminal marítimo da Fospar, Leandro Samuel Joaquim, o processo criou um grupo que coopera como comunidade portuária, unindo poder público e terminais privados. “Essa interação não é comum. As empresas que atuam no Paraná entenderam que, na busca pela segurança, não somos concorrentes, mas parceiros”, completa.

Helder Sorgi Catarino, gerente-geral da Interalli Grãos, comemorou a certificação. “Estamos cumprindo a resolução 53 já atualizada. É um selo de qualidade e referência nos procedimentos de segurança que executamos dentro do terminal e no Corredor de Exportação”, acrescenta.

O gerente de Operações Portuárias da Coamo, João Ivano Marson, comemora a conquista do certificado. “A Coamo recebe essa Declaração de Cumprimento com satisfação, porque ela vem reforçar o comprometimento do processo de segurança tanto patrimonial quanto de pessoas em nossos terminais portuários. Já temos uma cultura de desenvolver a segurança patrimonial e o reforço do ISPS Code traz uma nova marca ao nosso processo”, diz.

Para o gerente da Cotriguaçu, Rodrigo Buffara Farah Coelho, ter o certificado e cumprir o ISPS Code traz muitos benefícios. “A gente entendeu desde sempre que o ISPS é algo bom para a empresa, demonstra que nos preocupamos com a segurança patrimonial. Não deixa de ser, também, a segurança de pessoas e da unidade como um todo. Tivemos o apoio total da diretoria para fazer acontecer. Estávamos ansiosos pelo documento”, aponta.

Já Osvaldo Inácio da Silva Junior, gerente administrativo e financeiro da Pasa, destaca a mudança de cultura que a Declaração de Cumprimento leva à sua empresa. “Não é mais uma regra a ser cumprida, mas uma cultura a ser atendida no dia a dia. Também quero ressaltar o profissionalismo como tudo foi conduzido na fiscalização que nós tivemos. Diante de cada exigência, a explicação do porquê da atividade, da validade e o benefício daquele quesito”, finaliza.

*Com informações da Portos do Paraná