Portos do Paraná recupera área florestal equivalente a 19 campos de futebol em Antonina; ação será apresentada em conferência da ONU
*Com informações da Portos do Paraná
Durante 11 meses de ações, a Portos do Paraná já recuperou 190 mil m² de área florestal, em Antonina. Para a ocupação dos 19 hectares, equivalentes a 19 campos de futebol, foram necessárias cerca de 35.500 mudas com 112 espécies nativas (como cedro, e guapuruvu, por exemplo), árvores frutíferas nativas (palmeira Jussara, pitanga, etc) e as não nativas, exóticas e enxertadas (como laranja, abacate e acerola).
As ações fazem parte do Programa de Recuperação de Áreas de Preservação Permanente Degradadas (PRAD), que será apresentado na Conferência sobre Mudanças Climáticas (COP28), realizada pela Organização das Nações Unidas (ONU).
O diretor de meio ambiente da Portos do Paraná, João Paulo Santana, destacou que o projeto busca reduzir o assoreamento nos rios da região, podendo desenvolver uma maneira de diminuir os gastos com dragagem dos canais de navegação, da área portuária no futuro.
“Outro ponto benéfico para a população é que, além de mantermos a biodiversidade das áreas, a floresta diminui o assoreamento dos cursos de água, um dos responsáveis por impedir diversas atividades nas comunidades ao longo do curso dos rios. O reflorestamento também ajuda a retirar da atmosfera o gás carbônico, que é um dos principais responsáveis pelo efeito estufa, e ajuda, assim, a reduzir a temperatura atmosférica”, explicou Santana.
Parcerias
A recuperação florestal é desenvolvida em propriedades agrícolas parceiras, dentro da Área de Proteção Ambiental Permanente de Guaraqueçaba, em Antonina, nas bacias hidrográficas dos rios Pequeno, Cacatu, Faisqueira e Cachoeira.
Segundo o coordenador de sustentabilidade da Portos do Paraná, Pedro Pisacco Cordeiro, a empresa pública firmou uma parceria com a Fundación Valenciaport, centro de pesquisa, inovação e formação do setor logístico portuário, com sede no porto de Valência, na Espanha. A instituição irá estudar as emissões atmosféricas dos portos paranaenses, a chamada pegada de carbono.
“O objetivo é entender o quanto a atividade portuária está emitindo de carbono na atmosfera. Nesse sentido, o PRAD também está relacionado, porque as árvores que estamos plantando aqui, entram nessa conta como um ativo, que é o carbono sendo retirado da atmosfera por meio do crescimento dessas árvores recém-plantadas“, disse Cordeiro.
A Portos do Paraná também firmou um convênio com a Universidade Federal do Paraná (UFPR) para avaliar a quantidade de sedimento que deixará de chegar até a baía com a recuperação de áreas degradadas pelo SAF (sistemas agroflorestais).
O objetivo é a recuperação de 40 hectares de áreas degradadas. Além disso, o projeto busca preservar 300 hectares de florestas, por meio da inscrição de propriedades no Cadastro Ambiental Rural (CAR). O documento é obrigatório e funciona com um registro de identificação do terreno, feito de forma gratuita para os integrantes do PRAD. Até o momento, 120 famílias foram cadastradas, o que é fundamental para transações envolvendo o imóvel, como ações de compra e venda.
O agricultor, Zínel Leman dos Santos, participa do projeto e cultiva alimentos para merenda escolar como mandioca, abobrinha, pepino e verduras. Ele afirma que o projeto traz mais qualidade de vida para os três filhos, além de saúde alimentar para toda a família. “É a oportunidade para que possam não só ter uma sombra, mas também aproveitar um fruto. Como é bom a gente poder garantir hoje o nosso oxigênio”, afirmou Santos.
Recuperação florestal
A coordenadora de sistemas agroflorestais do PRAD, a bióloga Suzana Alvares, afirma que o projeto proporciona a Antonina a oportunidade de se tornar um polo de produção e comercialização de mudas nativas da Mata Atlântica, por ser um dos últimos remanescentes de floresta ombrófila densa da Mata Atlântica.
“É difícil encontrar mudas dessas árvores para comprar e os agricultores podem ser um polo produtor, pois eles têm as sementes na floresta e nos sistemas agroflorestais. Eles podem usar as sementes para produzir as mudas e diversificar a renda da propriedade, causando um grande impacto socioambiental”, disse a bióloga.
É o caso do agricultor Enio Ferron, que atualmente comercializa bananas. O agricultor vê no plantio de mudas uma oportunidade de comercializar os novos tipos de árvores frutíferas na plantação. “Futuramente, [pretendo] ter um lucrinho, pois é lucrativo para todo mundo”, afirmou o agricultor.