Prestes a completar 45 anos, Cotriguaçu prepara investimentos em Paranaguá


Por Katia Brembatti Publicado 21/09/2021 às 09h45 Atualizado 16/02/2024 às 13h55

Primeiro terminal privado a ser instalado em Paranaguá, há quase 45 anos, a Cotriguaçu aposta na cidade e prevê mais uma série de investimentos para ampliar e aprimorar a atuação. Quem conta é o gerente Rodrigo Buffara Farah Coelho, detalhando as melhorias que foram realizadas nos últimos anos e as estimativas para um futuro breve, como a revitalização do acesso viário.

A Cotriguaçu é resultado de oito cooperativas que se juntaram em 1975. De lá para cá, a composição foi mudando e, desde 2000, são quatro acionistas: Coopavel, de Cascavel; Copacol, de Cafelândia; Lar, de Medianeira; e C. Vale, de Palotina. Dois anos depois de fundada, já estava pronto o terminal portuário. À época, foi um projeto inovador, em terreno próprio, e tão importante que contou, na inauguração, até com a presença do então presidente da República, Ernesto Geisel, e com o governador Jayme Canet Júnior. Com o passar do tempo, a capacidade de estocagem foi sendo ampliada: os quatro armazéns de 25 mil toneladas ganharam o reforço de um de 50 mil até que, em 2012, mais um foi incorporado, de 60 mil, chegando à capacidade estática de 210 mil toneladas.

Há bastante tempo que a Cotriguaçu deixou de atender apenas as quatro cooperativas acionistas. Virou uma unidade de negócio, com 75% da movimentação voltada para outros contratantes, como Cargill e Coamo. Por estar voltada ao mercado, atua na captação de clientes. Além de representar uma fonte de recursos para a Cotriguaçu, essa estratégia responde à destinação, para o mercado interno, de boa parte da produção das cooperativas acionistas, abrindo a possibilidade de oferecer a estrutura para quem busca a negociação internacional.

Números impactantes

O consórcio de cooperativas tem papel de destaque no Corredor de Exportações do porto de Paranaguá, com uma movimentação anual na casa de R$ 3 milhões de toneladas, sendo soja, farelo e milho os produtos predominantes. E a partir das obras previstas no Corredor de Exportações, a serem realizadas pela Portos do Paraná, a Cotriguaçu pretende realizar investimentos para aumentar o volume que circula nas correias: já foi de 1,5 mil por hora, foram repotencializadas há três anos e chegaram a 2 mil toneladas e a previsão é conseguir alcançar 3 mil toneladas por hora, em cinco anos.

Também o acesso ferroviário passou por um processo de otimização, a partir de um projeto da Rumo, e que envolveu, além da Cotriguaçu, também a Rocha Terminais. As obras foram concluídas em fevereiro e as mudanças permitiram menos intervenções no trânsito da avenida Coronel José Lobo. Além dos benefícios para a circulação de veículos na região, as melhorias aumentaram a capacidade diária de movimentação, que passou de 60 para 110 vagões.

Rodrigo Coelho: parnanguara há 15 anos na empresa. Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná

Agora, a Cotriguaçu prepara uma série de melhorias no acesso rodoviário, concretando a via e criando uma faixa de desaceleração, com implementação de nova sinalização. Apesar de não ter data, a expectativa é de que as obras sejam iniciadas ainda em 2021. O gerente comenta que a estrutura disponível hoje já tem alguns destaques, como uma área interna para 80 caminhões, quatro tombadores e uma estação de limpeza para diminuir a chance de espalhar resíduos de produtos pela cidade.

A Cotriguaçu está entre as maiores empregadoras privadas locais, com cerca de 300 colaboradores, sendo 2/3 na área operacional e 1/3 em atividades administrativas. Natural de Paranaguá, Coelho saiu para estudar – em Curitiba, onde cursou Comércio Exterior – e depois foi aplicar os conhecimentos na cidade natal. Está na Cotriguaçu há 15 anos. Ele afirma que a preocupação com a comunidade e com o desenvolvimento estão sempre no horizonte das decisões, resultando em ações que impactam os parnanguaras e a região.