Segurança e prevenção: Harbor recebe visita técnica do Corpo de Bombeiros


Por Flávia Barros Publicado 04/04/2023 às 11h04 Atualizado 18/02/2024 às 08h27

Uma estrutura gigante, que faz o porto de Paranaguá estar entre os principais do país, que só no mês de março recebeu mais de 44.700 caminhões para descarregar os granéis sólidos de exportação, totalizando 1.990.357 toneladas embarcadas no período. Mas, para alcançar números tão expressivos e ser tão significativo para a economia, o porto segue uma série de regras que prezam pela excelência dos processos e, sobretudo, pela segurança dos operadores.

Para isso, em atendimento à Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Portuário (NR 29), existe o Plano de Ajuda Mútua (PAM), que tem como objetivo a atuação conjunta de seus integrantes na resposta a emergências nas instalações das empresas portuárias, 24 horas por dia, durante todos os dias da semana, mediante a utilização de recursos humanos e materiais de cada empresa ou instituição, colocados à disposição do plano, sob a coordenação da Comissão de Gerenciamento e das autoridades competentes. Como parte do PAM, integrantes do Corpo de Bombeiros realizam visitas técnicas mensais nas empresas signatárias do plano. Na última quinta-feira (30), a visita ocorreu na Harbor Operadora Portuária.

UTILIDADE


Para estreitar os laços entre o Corpo de Bombeiros e as empresas que atuam no porto, signatárias do PAM, as visitas técnicas foram iniciadas em junho do ano passado e seguirão até 2024, cumprindo um cronograma. Nelas, os bombeiros militares conhecem as instalações, as pessoas que trabalham nas empresas, seus métodos e equipamentos de prevenção.

De acordo com Felipe Zacharias, especialista em Saúde, Segurança e Meio Ambiente, da diretoria de Meio Ambiente da Portos do Paraná, essa interação entre as forças de segurança e as empresas auxilia em situações de emergências reais.

Quando acontece alguma emergência, em que é necessário o acionamento do Corpo de Bombeiros, se eles já conhecem a instalação e as pessoas que estão acionando, isso se torna bem mais fácil, tanto para a corporação como para a empresa que está solicitando apoio do Corpo de Bombeiros”, disse o especialista ao JB Litoral.

Ainda segundo o representante da Portos do Paraná, a iniciativa partiu do Corpo de Bombeiros, que ficou satisfeito com a visita à Harbor. “O capitão Everton, que é o comandante aqui do 8º GB, na questão de combate a emergências, sugeriu que tivéssemos essas rodadas de visitas e agora foi a vez da Harbor, com uma excelente recepção à corporação. Explicaram muito bem como funcionam as suas operações, qual é a sua atribuição dentro do porto de Paranaguá e oportunizaram aos militares subirem nos guindastes, acompanharem a operação e entender todo o seu processo logístico e operacional”, explicou Felipe Zacharias.

Bombeiros também puderam subir nos guindastes e conhecer os planos de atuação em situações de emergência da Harbor. Foto: Rafael Pinheiro/JB Litoral

O JB Litoral também falou com o tenente Lucas Schramm, do Corpo de Bombeiros, sobre a visita na operadora portuária. Ele ressaltou que na quinta-feira, foi dado início nas visitas técnicas às empresas pertencentes ao PAM.

Nessas visitas a gente procura conhecer a empresa, todo o ambiente interno, processos de trabalho, produção, as medidas de segurança existentes, alguns protocolos mediante situação de risco, para que, no caso de uma ocorrência, a guarnição que vai atender já conheça como é o funcionamento da empresa“, disse.

Na vistoria à Harbor, o tenente informou que os bombeiros conheceram equipamentos específicos e os processos de trabalho da empresa. “Durante o ano serão feitas, no mínimo, uma vistoria técnica por mês nas empresas signatárias do PAM“, concluiu.

A GRANDE DEBUTANTE


Há 15 anos atuando no porto de Paranaguá, a Harbor é uma operadora portuária que atua com ênfase na descarga de granéis sólidos (fertilizantes). Com três guindastes de grande porte, a operadora tem certificações como ISO 14001 (Meio Ambiente), ISO 45001 (Saúde e Segurança do Trabalho) e ISO 9001 (Qualidade).

Com sistemas de gestão integrados, as normativas da empresa seguem as premissas da preservação do meio ambiente e a conservação da saúde e bem-estar dos colabores. Em conversa com o técnico de segurança, responsável pela parte de Saúde, Segurança e Meio Ambiente da Harbor, Karison Morais, o JB Litoral teve acesso ao conteúdo que os bombeiros conheceram durante a visita técnica.

“Temos o nosso Plano de Atendimento à Emergência (PAE), que compõe situações de emergência, em que a nossa brigada com 22 brigadistas treinados, distribuídos em três turnos, atuam de forma direta e indireta de emergência, dependendo da gravidade da situação. Se for necessário, solicitamos ajuda externa, seja ela do órgão interno da área portuária, ou externa, do Corpo de Bombeiros”, detalhou.

ESTRUTURA


Para auxiliar em situações de emergência, a Harbor dispõe de equipamentos, tais como kits de emergência, que contemplam tanto a parte ambiental como as de saúde, segurança, e integridade dos colaboradores. “Temos bolsas de emergência, tábua para remoção e todo o aparato para darmos o primeiro atendimento. Então, eles vieram, conheceram toda a nossa estrutura, no berço 211, dentro da área portuária, tanto contêineres quanto os nossos equipamentos, e acompanharam a nossa operação na descarga de fertilizantes, no berço 208″, explicou Karison Morais.

O responsável pela segurança da Harbor também contou como os militares estaduais ficaram surpresos com os recursos disponíveis. “Eles viram todos os nossos recursos, desde os extintores aos equipamentos, como também as nossas bolas extintoras, que são dispositivos de segurança que pouquíssimas empresas têm. Muitos dos bombeiros não conheciam as bolas extintoras, então a Harbor doou três delas para a corporação, para que eles façam testes e treinamentos”, contou Karison.

NAS ALTURAS


Outro ponto apresentado aos bombeiros foi o sistema de evacuação na parte superior dos guindastes. “Em situação de emergência, lá em cima, onde o operador não consiga descer do equipamento pela escada interna, nós temos a opção de evacuar pela cabine superior, em que o operador veste um equipamento e conecta no ponto de ancoragem, certificado. Ele desce pelo lado de fora, por rapel, em torno de 25 metros de altura. Então, eles ficaram bem felizes com todos os nossos recursos e voltarão para fazer treinamentos nesse equipamento”, finalizou Karison Morais.